Ocitocina pode auxiliar no tratamento da Doença de Alzheimer, aponta estudo
Embora a doença de Alzheimer não tenha vacina, pílula ou cura de qualquer tipo, um estudo recente mostra que o hormônio Ocitocina pode ajudar no tratamento do distúrbio.
De acordo com os resultados publicados na revista Biochemical and Biophysical Research Communication, o hormônio ocitocina apresentou papel fundamental no tratamento de pacientes com Alzheimer.
Cientistas do mundo todo pesquisam a doença de Alzheimer há décadas, e agora parece que pode haver uma chance para o tratamento.
Os hormônios desempenham um papel importante no desenvolvimento do bem-estar físico e mental. E, segundo as descobertas preliminares do estudo, o hormônio do amor, ocitocina, pode ajudar no tratamento de pacientes que sofrem com a doença.
Durante a pesquisa, os cientistas analisaram um hormônio que é conhecido convencionalmente por seu papel no sistema reprodutivo feminino e na indução de sentimentos de amor e bem-estar. Agotra a ocitocina surge como um possível elemento para tratar distúrbios cognitivos como o Alzheimer.
O que é Alzheimer?
Trata-se de um distúrbio progressivo no qual as células nervosas (neurônios) no cérebro de uma pessoa e as conexões entre elas degeneram lentamente. Isso ocasiona severa perda de memória, deficiências intelectuais e, por fim, a deterioração das habilidades motoras e da comunicação.
Segundo dados disponibilizados pelo Instituto Alzheimer Brasil (IAB), estima-se que existam mais de 45 milhões de pacientes sofrendo quadros de demência no mundo. Esse número deve dobrar a cada 20 anos. E de acordo com estimativas internacionais, essa doença pode atingir cerca de 10% das pessoas acima de 65 anos e até 25% na faixa acima dos acima de 85 anos.
Uma das principais causas da doença de Alzheimer é o acúmulo de uma proteína chamada amilóide b (Ab) em grupos ao redor de neurônios no cérebro, o que dificulta sua atividade e desencadeia sua degeneração.
Isso certamente causa um grande prejuízo para a memória da pessoa e ela pode perder o controle sobre seus movimentos corporais.
A degeneração afeta uma característica específica dos neurônios, chamada “plasticidade sináptica”. Essa, por sua vez, é a capacidade das sinapses (o local da troca de sinais entre os neurônios) se adaptarem a um aumento ou diminuição da atividade de sinalização ao longo do tempo.
A plasticidade sináptica é crucial para o desenvolvimento da aprendizagem e das funções cognitivas no hipocampo.
Ocitocina pode auxiliar no tratamento da Doença de Alzheimer
“Recentemente, descobriu-se que a ocitocina está envolvida na regulação do desempenho da aprendizagem e da memória. No entanto, até agora, nenhum estudo anterior mostra o efeito da ocitocina no comprometimento cognitivo induzido por Ab”, diz o professor Akiyoshi Saitoh, da Universidade de Ciências de Tóquio.
Percebendo isso, o grupo do Professor Saitoh resolveu para conectar os pontos. Segundo ele, o hormônio oxitocina tem o poder de aprimorar as habilidades de sinalização. Ele também sugere que a ocitocina pode reverter o comprometimento da plasticidade sináptica que a proteína Ab causa.
Sabe-se que a ocitocina facilita certas atividades químicas celulares importantes. Esse hormônio ainda atua no fortalecimento do potencial de sinalização neuronal e na formação de memórias, como o influxo de íons cálcio. De fato, estudos anteriores suspeitaram que a proteína Ab suprime algumas dessas atividades químicas.
“Este é o primeiro estudo no mundo que mostrou que a ocitocina pode reverter deficiências induzidas pela proteína Ab no hipocampo de ratos”. Este é apenas um primeiro passo e ainda há pesquisas a serem realizadas in vitro em animais. E, em seguida, em seres humanos antes que seja possível reunir conhecimento suficiente para reposicionar a ocitocina em um medicamento para a doença de Alzheimer.
“Atualmente, não existem medicamentos suficientemente satisfatórios para tratar a demência. Nosso estudo apresenta a possibilidade interessante”, pontua Saitoh. “A ocitocina pode, futuramente, ser uma nova modalidade terapêutica para o tratamento da perda de memória associada a distúrbios cognitivos, como a doença de Alzheimer”.
Por fim, embora os estudos sejam ainda preliminares, há esperança para o futuro. Segundo Saitoh, os pesquisadores esperam que as descobertas abram um novo caminho para a criação de novos medicamentos para o tratamento da demência. Certamente um grande passo para a humanidade.
As informações são do Asian News International.