Web questiona fim de imposto para arma e taxação de livros
A alíquota de importação de pistolas e revólveres foi de 20% para zero; a medida passa a valer em 1 de janeiro de 2021
A internet parece não ter recebido com bons olhos a isenção de imposto para arma. Bastou apenas alguns momentos após o anúncio do próprio presidente de que a alíquota de pistolas e revólveres tinha sido zerada e a notícia repercutir, que os internautas começaram a reagir, mas não positivamente.
A medida foi publicada nesta quarta-feira, 9, no Diário Oficial da União, por uma comissão da Câmara de Comércio Exterior (Camex), mas entra em vigor no dia 1° de janeiro de 2021. Na prática, ela zera imposto de importação de revólveres e pistolas, que antes era de 20%.
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Isenção de imposto para arma e taxação de livros
O anúncio da isenção de armas foi criticado na web. Os usuários relembraram da reforma tributária proposta por Paulo Guedes, ministro da Economia, que prevê a cobrança de impostos sobre livros, e traçaram um comparativo. A criação da Contribuição Social sobre Operações com Bens e Serviços (CBS) vai taxar livros em 12%.
Julho/2020: Nova contribuição proposta pelo governo acaba com isenção e torna livros passíveis a taxa de 12%
Dezembro/2020: Bolsonaro zera impostos para importação de armas a partir de 1º de janeiro de 2021
Parabéns aos envolvidos
— Casarote (@casarilrafael) December 9, 2020
Um governo que defende a taxação de livros e isenção de armas, não tem como ser apoiado.
— Daniel Faria (@fariaadaniel) December 9, 2020
Taxação dos livros e isenção dos impostos das armas. Esse é o retrato do Brasil que vivemos hoje. É uma mistura de revolta e de vergonha o que sinto… #impostos #brasil #desgoverno
— Marcelo Cecelo (@cecelopb) December 9, 2020
Imposto sobre livros. Isenção sobre armas. Entenderam este governo de @jairbolsonaro e dos boys do Guedes do @MinEconomia. Essa gente não presta.#ForaBolsonaroGenocida
— Grimaldo Grimaldi (@ggjunior10) December 9, 2020
Isenção de armas VS Coronavírus
Além de traçar um paralelo sobre a isenção de armas e a taxação de livros, os internautas também criticaram a medida e reforçaram que neste momento esta não deveria ser a prioridade. Ironizando a decisão, eles falaram sobre pandemia causada pelo coronavírus que assola o mundo e que já matou 178 mil brasileiros e 1,5 milhão de pessoas no planeta em menos de um ano. A vacina também está entre as reivindicações.
Vocês já escolheram q ARMA irão IMPORTAR com ZERO imposto?
Tou procurando uma q MATE o coronavirus, alguma DICA?
— Candida 🇧🇷🐊🚩🚩BRASILEIRA SIM, Bolsominia NÃO (@CandidaRodriges) December 9, 2020
Prioridades do Governo: Brasil de Bolsonaro decreta isenção de impostos na importação de armas MAS, NÃO HÁ SERINGAS E AGULHAS PARA A VACINAÇÃO! #coronavirus #Corona #COVID #CovidVaccine pic.twitter.com/S8b63vm9S3
— ComunistãoDoBem (@Aleks_noJP) December 10, 2020
O que o Brasil precisa para começar bem 2021?
– Vacina!!
O que Bolsonaro faz?
– Zera o imposto para importação de arma.@jairbolsonaro, o senhor é um assassino. Um genocida negacionista convicto!
— Marcelo Almeida (@MarceloAlmSG) December 9, 2020
Bolsonaro e o discurso pró-arma
Antes mesmo de ser eleito, Bolsonaro já demonstrava ser a favor de facilitar o acesso de armas ao cidadão comum, sendo este, inclusive, um dos discursos usados para conquistar o eleitorado e se eleger. A isenção de armas, agora, se soma às outras já tomadas pelo presidente para continuar dando curso à flexibilização do uso de armas.
Em maio deste ano, uma outra medida pró-armas foi tomada pelo Governo Federal. Uma portaria foi publicada ampliando o acesso à quantidade de munições para quem já tem direito ao porte e à posse de armas. Na prática, pessoas com autorização passaram a poder comprar mais projéteis.