Valagro quer crescer 32% ao ano no Brasil com foco em grandes culturas

A Valagro, companhia italiana, pretende não só aumentar o faturamento proveniente da horticultura, mas também de segmentos como soja e milho.

A italiana Valagro, de fertilizantes especiais para agricultura, planeja crescer 32% ao ano no País até 2022. Em um mercado que movimenta mais de R$ 5 bilhões no Brasil, a empresa pretende ampliar o número de estados atendidos e crescer em grandes culturas como soja e milho. A companhia faturou no ano passado R$ 33 milhões no País e deve chegar a R$ 50 milhões em 2018, incremento de 51%. Até 2020, a Valagro espera crescer 35% ao ano nos quatro mercados-chave para a empresa: Brasil, Índia, Estados Unidos e China.

De acordo com estimativa da Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal (Abisolo), o crescimento de fertilizantes foliares no Brasil – onde está inserida a Valagro – deve atingir 20% neste ano, para R$ 5,2 bilhões. O segmento representa 70% de todo o mercado de nutrição vegetal, que movimentou no ano passado R$ 6,3 bilhões. “Queremos avançar para a liderança”, afirma o presidente da empresa no Brasil e Cone Sul, Victor Sonzogno. A estratégia que levará a companhia a crescer acima da média do segmento tem como base a entrada nas grandes culturas, como soja, milho e algodão.

Atualmente, as vendas da empresa estão calcadas na horticultura, que responde por 80% dos negócios no Brasil, enquanto as grandes culturas respondem por 20%. “Até 2020, queremos atingir 60% do faturamento proveniente de grandes culturas”, afirma Sonzogno. Essa aposta é um posicionamento global da empresa e vai ao encontro de uma tendência do mercado de buscar nos cereais um caminho para expandir o uso da tecnologia. São culturas com desafios distintos. “Enquanto nas grandes a produtividade é a maior preocupação, a qualidade é o foco na horticultura”, esclarece o executivo. “Os fertilizantes especiais têm como foco reduzir o impacto de fatores abióticos como a chuva, por exemplo, na produtividade das culturas”.

Segundo Sonzogno, o desafio é fazer com que os produtores adotem novas tecnologias. “Hoje, há muitas empresas do segmento assediando o agricultor e ele tem dificuldade de encontrar a solução adequada para o que precisa”, complementa Sonzogno. A empresa, que está no Brasil desde 1998, também planeja expandir a área de atuação no País, hoje concentrada no Sul, São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Nordeste. “Queremos chegar ao Paraná e ao Mato Grosso e reforçar nossa presença em Goiás e no Rio Grande do Sul”, destaca Sonzogno. A Valagro também planeja buscar parcerias para distribuição no Matopiba. Segundo ele, a companhia não descarta aquisições no Brasil ou globalmente.

No ano passado, a empresa investiu 10 milhões de euros na unidade de produção em Pirassununga (SP), que tem capacidade para 50 mil toneladas por ano e está preparada para um eventual aumento de produção. A partir da unidade, a Valagro exporta para Chile e Uruguai. Neste ano, a Valagro aportou valor semelhante na construção de uma unidade na Carolina do Norte, nos EUA, que atenderá também Canadá e México.

Valagro - controle biológicoValagro no controle biológico

A empresa deve começar a atuar na área de controle biológico no Brasil e aguarda a aprovação de registro no Ministério de Agricultura, o que deve ocorrer no ano que vem. “Os dois únicos mercados com condições de crescer acima de dois dígitos no mundo nos próximos cinco anos são o de nutrição especial e o de controle biológico, que devem avançar em torno de 22% a 23%”, afirma o diretor global de relações institucionais da Valagro, Marco Rosso.

O segmento representa 2% das vendas globais da empresa, enquanto a nutrição especial responde por 50%. Brasil e Estados Unidos devem seguir essa tendência. A empresa adquiriu em 2015 uma unidade na Índia, a partir da qual pretende levar essa tecnologia para as demais unidades no mundo. “O desafio é fazer com que os produtores aceitem o uso de uma nova tecnologia, compreendam a necessidade de adesão e uma nova legislação, que defina o que se entende por nutrição especial no País”, diz Rosso, destacando a importância do Brasil para a matriz.

*A repórter viajou a convite da Valagro

Você pode gostar também
Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Vamos supor que você esteja de acordo com isso, mas você pode optar por não participar, se desejar. Aceito Mais detalhes