Startup cria plataforma para pequenos lojistas
Plataforma Squid Fácil conecta fornecedores a vendedores, possibilitando ao varejista independente adquirir produtos de acordo com a demanda.
São Paulo – Para simplificar a gestão de pequenos comerciantes virtuais e permitir a eles reduzir custos com logística, a startup Squid Fácil criou uma plataforma que conecta fornecedores e vendedores. Assim, esses lojistas podem vender produtos sem a necessidade de mantê-los em estoque físico.
A ferramenta oferece para os vendedores uma base de dados com informações em tempo real sobre o estoque dos fornecedores conectados ao sistema. O comerciante escolhe os produtos que gostaria de vender na sua loja e, conforme acontecem as vendas, a plataforma consolida os pedidos e os envia aos fornecedores. Após aprovação da compra, a mercadoria é despachada pela startup.
A solução surgiu de uma dificuldade encontrada no passado por César Tejon, fundador da Squid Fácil. Ao montar uma loja virtual, ele percebeu que a falta de integração do estoque dos fornecedores com o seu sistema de vendas dificultava os negócios. “Eu vendia produtos que muitas vezes os fornecedores já não possuíam mais em estoque, o que me obrigava a cancelar diversas vendas”, conta.
Para criar a empresa, com sede em São Paulo e um centro de distribuição em Sorocaba, Tejon levantou R$ 220 mil em investimentos, entre recursos próprios e aportes do governo federal – por meio do programa StartUp Brasil – e da aceleradora Aceleratech. A plataforma tem hoje pouco mais de mil usuários cadastrados, 150 deles ativos. Segundo Tejon, cada loja faz, em média, 20 pedidos por mês.
A partir deste ano, Tejon planeja começar a cobrar uma taxa mínima de R$ 2, que será decrescente quanto mais produtos o lojista vender, para arcar com os custos de embalo e despacho ao correio. Segundo o empreendedor, o valor é suficiente para cobrir a despesa, uma vez que os lojistas vendem os produtos com o frete a cargo do consumidor.
Plataforma
Grande parte dos vendedores conectados ao sistema atua no Mercado Livre. Tejon acredita que os pequenos e médios comerciantes se beneficiem do sistema por poderem comprar apenas produtos sob demanda. “Esses lojistas enfrentam grande dificuldade ao comprarem direto do fabricante. Ou ele faz a compra em grande quantidade [para conseguir descontos] ou em pequena, porém por um preço mais elevado. Dos dois modos, o comerciante que não tem dinheiro para investir e pouca clientela sai prejudicado”, diz.
Para Tejon, a plataforma virtual também pode ser oportuna até para grandes lojistas que precisem em algum momento repor o estoque com urgência ou que queiram ampliar o leque dos produtos oferecidos sem fazer compra de estoque adicional.
Na opinião dele, o modelo de negócio também é vantajoso para o fornecedor, uma vez que a grande quantidade de pedidos gera volume para a fábrica e atrai novos clientes.
“Além de beneficiar o fabricante, conseguimos reduzir o preço para o lojista e, consequentemente, para o consumidor final”, afirma.
Estão conectados à plataforma 13 fornecedores, entre eles a Multilaser, fabricante nacional do segmento de eletrônicos e informática, Samsung, LG, Atrio e MultiKids Baby. Para este ano, a expectativa é incluir na plataforma fornecedores de cosméticos e outros segmentos.