Quem é Vera Magalhães? Alvo de ataques dos bolsonaristas

Jornalista apresenta o programa Roda Viva, da TV Cultura

Quem é Vera Magalhães? Se você não conhece a jornalista da TV Cultura pode estar se perguntando quem é Vera Magalhães nos últimos dias.

Apresentadora do programa de entrevistas que vai ao ar toda segunda-feira pela TV Cultura, o Roda Viva, Vera Magalhães ganhou os noticiários depois de ser atacada pelo deputado estadual Douglas Garcia (Republicanos-SP).

Vale lembrar que Vera Magalhães também foi alvo do presidente Jair Bolsonaro (PL) no primeiro debate de candidatos à Presidência da República realizado pela Band no último dia 28 de agosto. Na ocasião, Bolsonaro atacou a jornalista quando foi questionado por ela e disse que Vera era uma “vergonha para o jornalismo”.

Mas afinal, quem é Vera Magalhães? Alvo de ataques neste momento de eleições? Confira abaixo.

Quem é Vera Magalhães?

Vera Magalhães é jornalista, atual apresentadora do Roda Viva, na TV Cultura, colunista do Jornal O Globo e comentarista da CBN.

Na biografia em seu site oficial consta que Vera Magalhães nasceu em São Paulo capital, no entanto viveu a infância entre as cidades de Andradina e Santo Andrade. Formada em Jornalismo pela ECA (Escola de Comunicações e Artes) da USP, começou a carreira como jornalista em 1993, embora tenha se graduado apenas dois anos depois, em 1995.

Apesar de ter iniciado na editoria de variedades, Vera Magalhães, segundo o site oficial da jornalista, entrou na cobertura política e nunca mais saiu.

Vera Magalhães morou por 10 anos em Brasília, onde teve dois filhos, Lucas e Felipe, e é casada com Otávio Cabral, também jornalista. Além de trazer o currículo na biografia o perfil de Vera inclui o time que torce, São Paulo, a preferência musical pelo rock, o hobby de ser corredora amadora e “noveleira”.

Ao longo de quase 30 anos de carreira, Vera Magalhães escreveu para o jornal O Estado de São Paulo, foi editora do site de análise política BR Político, do Grupo Estado, passou pela Veja, Folha de São Paulo e até a Rádio Jovem Pan. Vera Magalhães tem diversos prêmios entre eles Troféu Mulher Imprensa.

Além de ser jornalista e apresentadora, Vera Magalhães também faz mediação de debates, webinars, lives e palestras.

Por que jornalista foi atacada?

Vera Magalhães tem sido alvo de intimidação de bolsonaristas e do próprio presidente. No primeiro debate dos candidatos à Presidência da República nas eleições de 2022, Vera Magalhães foi perguntar ao presidente sobre vacinas quando foi atacada.

“Vera, não podia esperar outra coisa de você. Eu acho que você dorme pensando em mim, você tem alguma paixão por mim. Você não pode tomar partido num debate como este, fazer acusações mentirosas a meu respeito. Você é uma vergonha para o jornalismo brasileiro”, disse Bolsonaro no debate da depende, segundo o UOL.

A fala imediatamente repercutiu. Autoridades, políticos e jornalistas manifestaram solidariedade à Vera Magalhães. Pouco mais de 15 dias depois, o ataque se repetiu no debate de candidatos ao governo de São Paulo promovido pela TV Cultura, Folha de São Paulo e UOL.

No dia 13 de setembro, ao final do debate, Vera Magalhães foi ofendida pelo deputado estadual Douglas Garcia, do Republicanos. Ele se aproximou de Vera com o celular gravando para filmar enquanto agredia verbalmente a jornalista. Segundo a Folha de São Paulo, Douglas é candidato a deputado federal neste pleito e fazia parte da comitiva do ex-ministro de Bolsonaro e candidato ao governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas, também do Republicanos.

De acordo com o jornal Estadão, o parlamentar foi em direção à jornalista e repetiu a fala do presidente, de que Vera Magalhães é uma “vergonha para o jornalismo brasileiro”. Junto da fala, o deputado estadual disse ainda que Vera Magalhães havia assinado um suposto contrato de R$ 500 mil.

A conversa, que foi gravada e publicada no Twitter da jornalista, tem Vera rebatendo dizendo que o contrato era de R$ 200 mil, e que ela já havia prestado esclarecimentos, inclusive publicado o documento.

O deputado continua repetindo que Vera é uma “vergonha para o jornalismo brasileiro” até ser interrompido pelo diretor de jornalismo da TV Cultura, Leão Serva. Segundo o UOL, Serva toma o celular de Douglas Garcia e arremessa longe. Logo depois, seguranças retiram o parlamentar do local.

ASSISTA O VÍDEO COMPARTILHADO PELO METRÓPOLES

Diretor de jornalismo da TV Cultura arranca celular de deputado que atacou jornalista Vera Magalhães

Parlamentar proferiu ofensas contra Vera no final do evento. Leão Serva, diretor de jornalismo da emissora, arremessou celular de Douglas Garcia para que agr…

Quem é Vera Magalhães – como repercutiu o ataque

Ainda segundo a Folha, o ataque sofrido por Vera Magalhães foi repudiado por entidades como Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas), Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, a ANJ (Associação Nacional de Jornais), a Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), a Aner (Associação Nacional de Editores de Revistas), a Ajor (Associação de Jornalismo Digital), a Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) e a ABI (Associação Brasileira de Imprensa).

Cada órgão soltou uma respectiva nota. No geral, o ataque é considerado misógino, uma tentativa de constranger o trabalho de Vera Magalhães e ainda uma agressão à liberdade de imprensa.

O assunto também teve destaque no Congresso Nacional, e na Assembleia Legislativa de São Paulo, onde Douglas ocupa uma cadeira de deputado estadual. A agressão foi parar no conselho de ética da Casa de Leis.

Segundo reportagem do g1, o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Alexandre de Moraes determinou que o ataque do deputado estadual bolsonarista à Vera Magalhães seja analisado pela procuradoria-regional eleitoral de São Paulo.

Na decisão, Alexandre de Moraes determina ainda que a procuradoria estadual apure a conduta do deputado e anexa uma reportagem que noticia a agressão.

“Considerada a gravidade do ocorrido, determino o encaminhamento do referido link da matéria ao excelentíssimo senhor vice-procurador-geral Eleitoral para que possa dar o devido encaminhamento ao procurador-regional Eleitoral de São Paulo, com o objetivo de ser analisada eventuais providências que entender necessárias”, disse Moraes, segundo o g1.

No âmbito criminal, Douglas também deve ser investigado pela Procuradoria-Geral da Justiça de São Paulo. Por ser deputado estadual, Douglas Garcia tem foro privilegiado, o que permite que ele seja investigado e processado apenas pelo procurador-geral do Estado.

Ainda conforme o g1, a Assembleia Legislativa de São Paulo já recebeu pelo menos seis pedidos para cassar o mandato do deputado bolsonarista.

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