Quantas pessoas foram presas em Brasília: o que sabemos até agora
Em Brasília, forças de segurança cercaram acampamento bolsonarista e levaram centenas de pessoas detidas por atos criminosos cometidos neste domingo na Praça dos Três Poderes
Um comboio com 40 ônibus foi conduzido pela Polícia Federal (PF) na manhã desta segunda-feira, em Brasília, levando 1.200 apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro detidos. Essas pessoas estavam acampadas em frente ao Quartel General (QG) do Exército na capital federal e foram detidas pela destruição das instalações do Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal (STF) e Palácio da Alvorada promovida neste domingo, dia 8 de janeiro.
O número de detidos poderia ter sido maior, no entanto, muitos apoiadores de Bolsonaro deixaram o local na madrugada com receio de serem alvo de ações policiais. Ainda ontem, outros quatro ônibus contendo envolvidos nas ações violentas foram detidos.
Quantas pessoas foram presas após a invasão?
Vários extremistas envolvidos na destruição das sedes dos três poderes começaram a ser transferidos para o Complexo Penitenciário da Papuda e para a Penitenciária Feminina do Distrito Federal (PFDF), conhecida como Colmeia, na madrugada desta segunda.
Segundo a com a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), 300 pessoas foram encaminhadas ao Departamento de Polícia Especializada (DPE) e 204 foram presas por envolvimento nos crimes cometidos ontem.
Na decisão publicada por Moraes foi ainda determinada a localização e identificação dos terroristas usando documentos e fontes oficiais de identificação, assim como a lista de hóspedes em hotéis e imagens de câmeras do Distrito Federal que possam auxiliar no reconhecimento facial dos terroristas que praticaram os atos em Brasília do dia 8 de janeiro.
Para isso também será feita a apreensão de todos os ônibus identificados pela Polícia Federal que levaram os criminosos para o Distrito Federal. O texto ainda determina o bloqueio de perfis e conteúdos terroristas em redes sociais.
Ministro Alexandre de Moraes determina prisão de terroristas
O ministro do STF, Alexandre de Moraes, determinou na madrugada desta segunda-feira que os acampamentos bolsonaristas erguidos em áreas militares de todo o Brasil estejam desmontados em até 24 horas.
No despacho, o ministro ainda determinou “prisão em flagrante de seus participantes pela prática dos crimes” como atos terroristas, inclusive preparatórios, associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, ameaça, perseguição e incitação ao crime.
De acordo com o ministro, os bolsonaristas devem ser presos por “atos terroristas, inclusive preparatórios”; “associação criminosa”; “abolição violenta do Estado Democrático de Direito”; golpe de Estado; “ameaça”; “perseguição”; e “incitação ao crime”. A pena para esses tipos de crimes variam entre 4 e 12 anos de prisão, podendo o autor ser penalizado com ainda mais rigidez dependendo do nível de envolvimento nos crimes cometidos.
Em cumprimento à determinação de Moraes, 40 ônibus foram usados pela polícia para deter e encaminhar os envolvidos até a sede da Polícia Federal em Brasília.
Nota da Polícia Federal em Brasília
Ainda na noite deste domingo, a Polícia Federal emitiu nota detalhando que a instalação de um “gabinete de crise para coordenar as ações e identificar os autores dos ataques aos órgãos federais.” Para isso, a PF mobilizou grupos táticos de vários estados brasileiros para apoio às forças de segurança em Brasília.
Também na manhã desta segunda-feira a Direção-Geral da Polícia Civil (DGPC) do Distrito Federal convocou todo o efetivo policial em caráter de urgência para o gerenciamento de crise em Brasília.
“Conforme determinação do delegado-geral da Polícia Civil do DF, Robson Cândido da Silva, todos os dirigentes devem, em caráter de urgência, convocar imediatamente seus servidores policiais (delegados, agentes e escrivães de polícia) para se apresentarem ao diretor-adjunto do DPE, delegado Nilton Joaquim de Oliveira, por conta da alta demanda e situação de crise em razão dos atos antidemocráticos ocorridos nesse domingo (8). Cumpre ressaltar que estão sendo realizadas inúmeras prisões, com previsão de chegada de mais presos ao Complexo da PCDF, nesta manhã (9)”, informou o comunicado.
Nas redes sociais a polícia do DF foi fortemente criticada por não evitar os ataques terroristas e inúmeras imagens mostram policiais escoltando e conversando com bolsonaristas durante a ação do grupo radical. Estima-se que mais de 4 mil extremistas invadiram a Praça dos Três Poderes nas ações de destruição registradas neste domingo.
Leia também:
Entenda a diferença entre intervenção militar e federal decretada por Lula