Por crise do coronavírus, Brasil apresenta piora em situação fiscal

Situação brasileira mostra um aumento de gastos das contas públicas brasileiras em razão da crise do coronavírus. De acordo com estudos, contas ficariam fragilizadas diante de uma segunda onda da doença no Brasil.

O Brasil vai terminar o ano com a pior situação fiscal entre os países emergentes. Os dados mostram que o país gastou mais na pandemia, em razão da crise do coronavírus, em condições desafiadoras, tanto em relação às despesas, quanto ao crescimento. A dívida brasileira atinge quase o dobro da média de outros países.

O levantamento mostra que isso pode render ao Brasil um desempenho econômico ruim este ano, ao qual custará uma forte deterioração das contas públicas. A atual situação fiscal brasileira só é superada em países menores, como Angola, Omã e Líbia – de acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional). Os países emergentes comparáveis ao Brasil, como Turquia, México e África do Sul possuem situação mais favorável diante da crise do coronavírus.  De acordo com Felipe Camargo, economista para América Latina da consultoria inglesa Oxford Economics, “o país optou por sair mais rápido da crise com impulso fiscal mais forte, gastando mais dinheiro”, afirma.

De acordo com o economista, o Brasil teve o maior aumento de dívida, com alta de 20 pontos – empurrando, assim, o endividamento para perto de  100% do PIB (Produto Interno Bruto). No México, foram 11 pontos a mais, o Peru teve 13 pontos, a Colômbia 14 e o Chile 11. Nos demais emergentes comparáveis ao Brasil, a África do Sul até então havia ficado com o aumento mais elevado, mas após a atualização das projeções, o Brasil passou o país.

Crise do coronavírus no Brasil não aguentaria segunda onda da doença

Com a situação fiscal fragilizada, a capacidade de resposta a um novo choque, como uma segunda onda de contágio, as contas públicas brasileiras estariam comprometidas.  Além do Brasil, o Chile optou por realizar pacotes de apoio a economia semelhantes ao brasileiro, em proporção ao PIB, mas com pontos de partida de endividamento bem diferentes.
De acordo com o FMI, os dois países comprometeram um pouco menos de 9% do PIB com gastos adicionais e receitas perdidas por conta crise do coronavírus, contra uma média de pouco mais de 3% dos emergentes.
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