ONU acusa Venezuela de crimes contra a humanidade
A missão realizada pelo Comitê de Direitos Humanos da ONU acusa autoridades venezuelanas de crimes de tortura contra opositores políticos.
Nesta quarta-feira, a ONU acusa a Venezuela de crimes contra a humanidade, por meio de um relatório divulgado pelo Comitê de Direitos Humanos da Instituição.
De acordo com o documento, autoridades sênior do governo e também, o presidente Nicolás Maduro, estariam envolvidos em crimes de tortura a opressores políticos. Entre as violências mencionadas estão execuções extrajudiciais, violência física e desaparecimento de pessoas.
“A missão encontrou provas razoáveis para denunciar autoridades venezuelanas da execução de diversas violações contra os direitos humanos. Por exemplo, execuções arbitrárias e uso sistemático de violência.”
-Marta Valiñas, presidente da comissão investigativa que averiguou a postura Venezuelana.
O relatório analisou 223 casos que serão apresentados aos membros do Conselho dos Direitos Humanos da ONU na próxima semana, onde a Venezuela terá direito à réplica.
Além da investigação desses casos, a missão estudou mais 2.891 acontecimentos para confirmar os padrões de violência e crimes. E também, organizaram entrevistas online para a apuração das ocorrências, já que os investigadores não puderam visitar o país.
Relação dos Estados Unidos com a acusação da ONU a Venezuela
Para Jorge Valero, representante permanente da Venezuela na Organização das Nações Unidas, acusação da ONU a Venezuela não é um caso pontual. Pelo contrário, de acordo com o embaixador, a investigação tem influência dos Estados Unidos.
A acusação de Valero não é vazia, já que o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, visita Boa Vista (Roraima) nesta sexta-feira (18), para se encontrar com imigrantes venezuelanos.
Ademais, de acordo com o Departamento de Estado Norte Americano, Pompeo também viaja para Colômbia, Suriname e Guiana para encontras os líderes dos respectivos países. O momento, portanto, marca os esforços norte-americanos para a promoção de um governo menos autoritário na Venezuela.
Além disso, Donald Trump pressiona Maduro por meio das sanções petrolíferas, que ocorrem desde 2019. Com as eleições americanas marcadas para dia 03 de novembro, o presidente republicano se prepara para endurecer ainda mais as medidas punitivas.