Terremoto na Argentina é sentido no Brasil: entenda porque isso acontece

Um terremoto de magnitude 6,4 na escala Richter afligiu a população da Argentina na noite de segunda-feira (18). Brasileiros relataram terem sentido tremor poucos segundos após o ocorrido no país vizinho.

Um terremoto de magnitude 6,4 na escala Richter atingiu a Argentina na noite da última segunda-feira (18). O abalo sísmico teve seu epicentro na região de San Juan, perto da fronteira com o Chile. O forte tremor assustou milhares de moradores, que registraram o momento de pânico nas redes sociais.

Segundo relatos enviados ao Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP) o terremoto na Argentina foi sentido em São Paulo por da volta da meia-noite no horário de Brasília. Moradores das regiões Avenida Paulista, Sé e República, relataram a situação poucos minutos após o acontecimento no país vizinho.

O epicentro do terremoto ocorreu às 23h do horário de Brasília, de acordo com o Instituto Geológico dos EUA. Apesar do susto, nenhuma morte foi constatada. Apenas três pessoas ficaram feridas, entre elas duas crianças e um adulto.

O estrago causado pelo terremoto foi compartilhado por moradores de San Juan, e também de outras regiões da Argentina, como as cidades de Córdoba, Buenos Aires e Mendoza.

 

Porque conseguimos sentir o terremoto da Argentina

Desde 1935 a ciência mede a intensidade dos terremotos a partir de duas escalas: Richter e Mercali, sendo a primeira a mais popular.  Com isso, os estudos comprovaram que quanto mais alto o valor do tremor na terra, mais ele pode ser sentido mesmo a quilômetros de distância.

O planeta terra é interligado por rochas e placas tectônicas, por isso, é possível que os tremores de alta escala causem danos na superfície terrestre mesmo quando a diferença se trata de um país para o outro, apontam os estudos.

Os brasileiros que relataram um leve “tremor” e “tontura” na madrugada desta terça-feira (18), deram relatos para a página “Sentiu aí?” do Centro de Sismologia da USP. A apresentadora Rita Lobo também reportou o que sentiu em sua conta no Twitter. “Olhei pro lado e a cortina do quarto estava num vaivém. Reflexos do terremoto argentino aqui em SP”, escreveu.

O que pode causar um terremoto?

Ainda de acordo com a ciência, os abalos sísmicos são fenômenos naturais e podem ocorrer em qualquer área do planeta, mas na maioria das vezes, eles acontecem nas fronteiras entre placas tectônicas ou em falhas entre dois blocos rochosos, o que causa o tremor.

No entanto, a ciência não descobriu como prevenir ou evitar um terremoto. Os estudos da geologia são capazes apenas de detectar quais áreas são mais de risco. Por exemplo, sabe-se que o Chile, vizinho da Argentina, é um território em que a posição geográfica é menos favorecida para abalos sísmicos.

Localizada em uma área de elevada tensão de placas tectônicas, a região já sofreu com os terremotos, sendo o principal deles em 1960, quando houve um abalo sísmico de 9,5 graus na escala Richter, o maior já registrado na história. Na época, cerca de 1.600 pessoas morreram e mais de 2 milhões ficaram sem moradia.

No Brasil existe terremoto?

Apesar de muito se falar que no país não acontece terremotos, a informação não procede. Isso porque os tremores de terra no Brasil já foram registrados ao longo da história do país. Segundo dados da USP, o Brasil já teve mais de 100 terremotos durante o século 20.

Normalmente os abalos sísmicos no Brasil acontecem abaixo de 5 graus da escala Richter, o que a ciência considera “moderado”, por isso, não causam tantos danos na superfície. A única exceção aconteceu em janeiro de 1955 no Mato Grosso, quando um terremoto de magnitude 6,6 na escala Richter atingiu a região.

O terremoto mais recente que acometeu o país foi em agosto do ano passado. Entre os dias 30 e 31 de agosto, moradores da cidade de Amargosa, na Bahia, sentiram um tremor. O fenômeno foi um reflexo um terremoto de magnitude 4,6. Diversos relatos e a prefeitura indicaram a presença de rachaduras em casas e pisos da cidade baiana.

 

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