A NASA (Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço) divulgou,dia 4 de maio, um vídeo que mostra o som de um buraco negro. De acordo com a agência espacial, essa sonificação foi captada no aglomerado de galáxias de Perseu, e é diferente de qualquer outra feita antes. Confira o vídeo do som do buraco negro e entenda mais sobre esse fenômeno.
Som do buraco negro
O som do buraco negro que fica no centro do aglomerado de galáxias de Perseu. Segundo a agência espacial norte-americana, desde 2003, esse corpo celeste tem sido associado ao som, porque astrônomos descobriram que as ondas de pressão enviadas pelo buraco negro causavam ondulações no gás quente do aglomerado que poderiam ser traduzidas em uma nota. No entanto, esta não poderia ser ouvida por seres humanos.
Por conta disso, eles também afirmam que essa sonificação é diferente de qualquer outra feita antes, já que revisita as ondas sonoras reais descobertas em dados do Observatório de Raios-X Chandra da NASA. Muitas pessoas costumam achar que não é possível existir som no espaço, em função do fato de que a maior parte dele é essencialmente um vácuo, ou seja, não fornece meios para a propagação das ondas sonoras. “Um aglomerado de galáxias, por outro lado, possui grandes quantidades de gás que envolvem centenas ou mesmo milhares de galáxias dentro dele, fornecendo um meio para as ondas sonoras viajarem”, explica a agência.
Para conseguir demonstrar o som do buraco negro, as ondas sonoras foram extraídas e tornadas audíveis pela primeira vez. Elas também foram capturadas em direções radiais, ou seja, para fora do centro. Assim, esses sinais foram ressintetizados no alcance da audição humana, em 57 e 58 oitavas de seu tom verdadeiro. Outra forma de permitir que esse som seja escutado é colocando-o 144 quatrilhões e 288 quatrilhões de vezes mais alto que sua frequência original.
Confira abaixo o vídeo divulgado pela NASA com a captura do som do buraco negro:
O que é um buraco negro?
O fenômeno do buraco negro consiste em uma região do espaço com um campo gravitacional tão intenso que nem mesmo a luz consegue escapar de dentro dele. Dessa forma, a intensa gravidade comprime a matéria até que não tenha mais espaço entre os átomos. Isso significa que quando uma luz entra em um buraco negro ela não pode mais sair. Por isso, é impossível que este fenômeno seja visualizado pelos métodos tradicionais que analisam a luz emitida por tais corpos celestes.
Tecnicamente, os buracos negros não podem ser vistos por sistemas de observação tradicionais. Logo, a observação deles é realizada de forma indireta, em que o que se observa na verdade são os efeitos que eles causam em regiões próximas de onde se encontram. Devido ao seu imenso campo gravitacional, outros objetos são atraídos para ele. Com isso, é possível medir a velocidade que esses corpos se deslocam em sua direção, possibilitando, assim, descobrir qual a sua massa e fazer estudos a partir disso.
Ao absorver uma matéria de corpos próximos, a mesma se comprime, esquenta significativamente e emite uma grande quantidade de radiação em raios-x. Foi através da captação de raio-x por sensores que as primeiras detecções desses fenômenos foram feitas. Inclusive, há fortes indícios que existem buracos negros supermassivos no centro de algumas galáxias espirais. Alguns cientistas, por exemplo, acreditam que há um destes até mesmo no centro de nossa galáxia, a Via Láctea. E, mais recentemente, foi até possível que astrônomos captassem o som do buraco negro, de forma audível para os seres humanos.
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