Protestos no Líbano: sentimento antigovernamental aumenta após explosões em Beirute
Manifestantes antigovernamentais começaram protestos no Líbano após as explosões em Beirute. Manifestações iniciaram após a chegada de Emmanuel Macron.
Protestos no Líbano foram iniciados nesta quinta-feira (7) por manifestantes antigovernamentais. Dezenas de manifestantes entraram em confronto com a polícia, atirando pedras e incendiando pneus perto do parlamento do país no centro de Beirute.
De acordo com a BBC, os manifestantes começaram os protestos no Líbano ao ficarem irritados com a explosão devastadora dessa terça-feira. Segundo as autoridades, as explosões foram causadas por 2.750 toneladas de nitrato de amônio armazenadas de forma insegura desde 2013.
Muitos no Líbano dizem que a negligência do governo levou à explosão, que matou pelo menos 137 pessoas e feriu outras 5.000.
Logo depois o início das manifestações, os soldados do exército dispararam gás lacrimogêneo para dispersar a multidão.
Protestos no Líbano começaram após visita de Macron
O presidente francês, Emmanuel Macron, desembarcou no Líbano na manhã da última quinta-feira (6). Segundo o governo francês, a visita tem como objetivo mover ajuda internacional ao país após as explosões.
Horas antes, os habitantes locais usaram a visita de Macron para informar ao mundo que desejavam reformas políticas em um país que já enfrentava crises econômicas e políticas.
Enquanto o presidente francês visitava uma das áreas residenciais mais atingidas na ex-colônia da França, uma multidão se reuniu ao seu redor. Eles gritavam e usavam slogans como “revolução!” e “o povo quer derrubar o regime” – uma linha usada em protestos no Líbano no ano passado.
De acordo com Macron, o Líbano precisava ver “mudanças profundas” por parte das autoridades. Além disso, ele também pediu uma investigação internacional sobre o desastre.
Macron anunciou que a França organizará uma conferência nos próximos dias com doadores europeus, americanos, do Oriente Médio e outros para arrecadar dinheiro para alimentos, remédios, habitação e outras ajudas urgentes.
Contudo, ele alertou a elite política do Líbano que não daria “cheques em branco a um sistema que não tem mais a confiança de seu povo” e pediu para que criassem uma “nova ordem política”.
O presidente do Líbano, Michel Aoun, visitou o porto com outros colegas, mas nenhum político importante visitou os bairros danificados pela explosão.
Ajuda internacional para o Líbano
As Nações Unidas disseram que estavam liberando 9 milhões de dólares do seu fundo de emergência para apoiar hospitais e unidades de terapia intensiva. Assim também, os países europeus, árabes e asiáticos estão enviando médicos, suprimentos médicos ou hospitais de campanha.
Nos últimos anos, a comunidade internacional relutou em oferecer apoio ao governo notoriamente disfuncional, onde a corrupção é abundante e os serviços básicos oferecidos à população são precários.