Prestes a sair, Trump quer acelerar pena de morte a 5 prisioneiros
Presidente Donald Trump pretende cumprir pena de morte à cinco presidiários antes de entregar Casa Branca à Joe Biden
Pena de morte nos EUA – O presidente Donald Trump, antes de deixar a Casa Branca, quer acelerar o ritmo de execuções de cinco presidiários condenados à morte, a partir de quinta-feira e até poucos dias antes da tomada de posse do presidente eleito, Joe Biden.
Foi o que o procurador-geral William Barr anunciou em entrevista pré-eleições 2020 nos EUA, defendendo as execuções de pena de morte para depois do pleito.
Segundo Barr, as ações de pena de morte deveriam se concretizar antes dele deixar o Departamento de Justiça, caso contrário, ele disse que o presidente eleito Joe Biden deveria manter a prática,
Pena de Morte nos EUA
A pena de morte é legalizada em 29 estados e no governo dos Estados Unidos da América. Se estas cinco execuções forem concretizadas, ao todo serão 13 desde julho, quando o governo Trump retomou a ação de pena de morte nos EUA após um intervalo de 17 anos sem execuções nas penitenciárias federais.
Se tudo correr como o planejado pelo Departamento de Justiça, ele solidifica seu legado como o presidente americano com o maior número de execuções nos últimos 130 anos.
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Este número equivale a 25% dos condenados à pena capital e reforça as especulações sobre a pressa em que ocorre, durante a transição para um governo que se mostra contrário à prática.
Joe Biden já disse que se opõe à pena de morte e um seu porta-voz assegurou que o Presidente eleito trabalhará para terminar com esse género de sentenças quando estiver no cargo.
“Não consigo entender por que alguém nesta fase final da presidência se sente compelido a matar tantas pessoas, especialmente sabendo que o povo americano votou num candidato que se opõe a essa prática”, disse Robert Durham, diretor de uma agência independente para as informações sobre pena de morte.
Primeira mulher conduzida à pena de morte
Lisa Montgomery, que foi condenada por estrangular uma mulher grávida em 2004 e remover o bebê com uma faca está entre os cinco programados à pena de morte a partir desta quinta-feira até a posse de Biden.
Lisa seria a primeira mulher a ser executada em 70 anos. A criança sobreviveu e foi resgatada. Sua defesa alega que Lisa tem uma doença mental grave e foi vítima de estupro e incesto na infância.
Demais condenados
Além e Lisa, quatro prisioneiros negros estão condenados à pena de morte pelo governo Trump, que pretende executá-los até o dia 31 de dezembro deste ano.
O texano Brandon Bernard de 40 anos é o mais jovem sentenciado à execução em 1999 por sequestrar e matar o casal Todd e Stacie Bagley, quando tinha 18 anos.
Ativistas alegam que cinco dos nove jurados que o condenaram se arrependeram. Entre os defensores está Kim Kardashian, empresária e estrela de um reality show, que pediu a seus 67,7 milhões de seguidores que apoiassem a campanha para impedir a sua execução.
Em carta aberta, o grupo Fair and Just Prosecution, divulgou pedido de 90 policiais, procuradores e xerifes às autoridades federais dizendo que interrompam as cinco execuções federais. Eles alegam que a transição incerta e o ressurgimento da pandemia podem minar a confiança no sistema de justiça criminal e corroer a segurança pública.
Em seu comunicado, o grupo alega que a longa experiência do país sobre o tema fracassou: “Este presidente pode dar o exemplo, convertendo as sentenças de morte pendentes em sentenças de prisão perpétua sem a oportunidade de liberdade condicional”, disseram.