Presidente interino do Peru renuncia após protestos mortais
O presidente interino do Peru, Manuel Merino, renunciou um dia depois que duas pessoas morreram durante protestos contra seu governo.
O presidente interino do Peru renunciou, um dia depois que duas pessoas morreram durante protestos contra seu governo.
Manuel Merino, ex-presidente do Congresso, estava no cargo há menos de uma semana.
Assim, ele substituiu o presidente Martín Vizcarra, que na segunda-feira passada foi afastado em um processo de impeachment por acusações de suborno, o que ele nega.
Contudo, os políticos pediram a renúncia de Merino depois de uma violenta repressão às manifestações contra ele.
Além disso, doze ministros de seu gabinete recentemente nomeado renunciaram no início do domingo (15) em protesto contra a brutalidade policial e sua forma de lidar com a crise.
O Congresso não concordou em substituir Merino na reunião de domingo, rejeitando uma equipe liderada por Rocío Silva Santisteban, escritor e ex-ativista dos direitos humanos.
Uma nova lista, composta por um presidente interino e políticos seniores de todo o espectro, estava sendo elaborada.
Presidente interino do Peru renuncia em meio a manifestações
Milhares de manifestantes – muitos deles jovens – participaram de protestos contra a remoção de Vizcarra nos últimos dias.
Afinal, eles acusam o Congresso de encenar um golpe parlamentar. Contudo, Vizcarra tem contado com o apoio contínuo de muitos eleitores por suas tentativas de reforma.
Os protestos de sábado em Lima foram pacíficos, mas os confrontos começaram durante a noite entre a polícia e os manifestantes.
A polícia disparou gás lacrimogêneo e chumbo de espingarda para repelir os manifestantes, alguns dos quais atiraram fogos de artifício e pedras.
Dois estudantes morreram nos protestos.
“Quero que todo o país saiba que estou renunciando”, disse Merino em um discurso na televisão.
Há preocupações com uma crise política crescente, já que o Peru enfrenta uma severa desaceleração econômica provocada pela pandemia do coronavírus.
O Peru impôs um dos primeiros e mais rígidos bloqueios na América Latina para impedir a disseminação do coronavírus. Mas ainda viu os casos aumentarem rapidamente.
Até agora, o país relatou quase 935.000 infecções e mais de 35.000 mortes, de acordo com a Universidade Johns Hopkins.
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