Papa Francisco se torna o 1° chefe católico a visitar o Iraque
O pontífice chegou ao país na sexta-feira (5) e deve ter uma estadia no local de quatro dias.
O Papa Francisco chegou ao Iraque na sexta-feira para uma viagem de quatro dias. Essa é a primeira vez que um chefe da Igreja Católica vai ao país de maioria muçulmana. Os dois papas que antecederam Francisco, Bento 16 e João Paulo 2º, tentaram organizar viagens à nação iraquiana, contudo, não conseguiram concretiza-las por conta das dificuldades de negociação com o governo do Iraque e conflitos vigentes no local. Ao chegar ao país, Papa Francisco considerou a nação como terra mártir, devido aos conflitos que seu povo vem passando por décadas.
Segurança da visita de Papa Francisco ao Iraque
Embora não goste de andar com muitos seguranças e prefira se locomover em carros pequenos, o Papa teve que aceitar andar em um carro blindado e contar com o suporte de 10 mil policiais. O próprio governo iraquiano disponibilizou os militares de sua força para garantir a proteção do líder religioso durante sua estadia no país. Embora o Iraque tenha sido vitima de ataques recentemente, a nação está passando por um momento de relativa paz. Na última quarta-feira (3), dez foguetes foram lançados contra uma base aérea que hospeda forças dos Estados Unidos. O ocorrido levantou dúvidas se o Papa manteria a viagem. Contudo, o pontífice reafirmou que iria ao país.
Compromissos no país
Ao chegar na sexta-feira, o Papa teve um encontro com o presidente do Iraque, Barham Salih, no qual foi recebido com tapete vermelho e revoada de pombos. Fiéis também o aguardavam no aeroporto e fizeram uma recepção calorosa. Depois o pontífice fez um discurso no palácio presidencial. Seu maior apelo foi para que o país pudesse dar uma chance aos pacificadores. Ele também pediu para que os líderes políticos pregassem a paz e “as armas se calassem”.
“Iraque sofreu os efeitos desastrosos das guerras, o flagelo do terrorismo e os conflitos sectários muitas vezes baseado em um fundamentalismo incapaz de aceitar a coexistência pacífica de diferentes grupos étnicos e religiosos”, disse Francisco.
O Papa também fez uma visita a uma Igreja, onde em 2010, terroristas do grupo Al-Qaeda assassinaram brutalmente mais de 50 cristãos. Francisco afirmou que as pessoas ali perderam a vida “por sua fidelidade ao Senhor e à Igreja”, as vitimas devem se tornar mártires.
Hoje (6), o pontífice se encontrou com o principal clérigo muçulmano xiita do Iraque, o grande aiatolá Ali Al-Sistani. Embora o líder raramente receba visitas, abriu uma exceção para o Papa. O compromisso aconteceu na cidade de Najaf, solo sagrado para os xiitas.
Covid-19 Iraque
Um dos motivos que poderiam ter impedido a visita do Papa ao território no Oriente Médio é a pandemia da COVID-19. Segundo informações da Folha de São Paulo, embora o país esteja em meio à alta de casos da doença, o porta-voz do Papa afirmou que não haveria muito perigo, pois a população iraquiana é jovem e citou que haveriam medidas de segurança para evitar aglomerações e contágio pelo vírus. O Papa já tomou a vacina contra a COVID-19 também.
Segundo dados da Universidade Johns Hopkins, o Iraque passa por um momento de alta de casos da nova doença. Nesta quinta-feira (4), foi registrado que a média móvel de novos casos é de 4.233,1 no país.