Covid-19: Países mais ricos acumulam vacina e os mais pobres ficam para trás, diz pesquisa
A People’s Vaccine Alliance afirma que apenas 14% da população mundial comprou 53% das vacinas mais promissoras.
Países mais ricos acumulam vacina enquanto os mais pobres ficam por último na fila de imunizações.
De acordo com a People’s Vaccine Alliance, diversas nações desenvolvidas “acumulam” mais doses da vacina contra o coronavírus que precisam. Assim, há temores de que os países mais pobres possam ficar para trás.
As descobertas foram feitas pela People’s Vaccine Alliance, Oxfam e a Amnistia Internacional. Eles analisaram os acordos feitos entre países e as oito principais candidatas a vacinas.
Eles constaram que os países mais ricos compraram todas as doses da vacina Moderna. Assim como 96% das doses da Pfizer.
Apenas 14% da população mundial comprou 53% das vacinas mais promissoras. Além disso, o Canadá comprou doses suficientes para vacinar cada canadense cinco vezes.
Os países mais pobres, por outro lado, só poderão vacinar uma em cada 10 pessoas no ano que vem, disse a aliança.
Países mais ricos acumulam vacina
Mesmo a promessa dos responsáveis pela vacina Oxford / AstraZeneca de alocar 64% das doses para pessoas em países em desenvolvimento pode não ser suficiente.
Possivelmente a oferta ainda deve chegar a apenas 18% da população mundial no próximo ano, no máximo.
A aliança diz que os governos e a indústria farmacêutica devem tomar medidas urgentes. E, assim, garantir que haja doses de vacina suficientes para o mundo – não apenas para os países que podem pagar por elas.
De acordo com Stephen Cockburn, chefe de justiça econômica e social da Anistia Internacional, “o acúmulo de vacinas mina ativamente os esforços globais para garantir que todos, em todos os lugares, possam se proteger da covid-19”.
“Os países ricos têm obrigações claras de direitos humanos. Não apenas de se abster de ações que possam prejudicar o acesso às vacinas em outros lugares, mas também de cooperar e fornecer assistência aos países que dela necessitem”, acrescentou.
Anna Marriott, gerente de políticas de saúde da Oxfam, disse: “Ninguém deve ser impedido de receber uma vacina que salva vidas por causa do país em que vive ou da quantidade de dinheiro em seu bolso”.
“Mas, a menos que algo mude drasticamente, bilhões de pessoas em todo o mundo não receberão uma vacina segura e eficaz para covid-19 nos próximos anos”.