O que se sabe até agora sobre efeitos colaterais da vacina Pfizer?
Os efeitos colaterais da vacina Pfizer foram registrados em pacientes do Reino Unido e EUA
A Pfizer/Biotech saiu na frente na corrida das vacinas e já começou a ser usada para imunizar a população contra a Covid-19. Até agora, seis países têm usado a vacina, entre eles o Reino Unido, os EUA, o Canadá, a Arábia Saudita, Bahrein e México. Em dois deles, porém, foram registrados efeitos colaterais da vacina Pfizer. Veja o que se sabe até agora.
Efeitos colaterais da vacina Pfizer no Reino Unido
O primeiro país a registrar efeitos colaterais da vacina Pfizer foi o Reino Unido, que começou a vacinar parte da sua população na semana passada. Dois profissionais da saúde tiveram reações alérgicas após receberem a dose.
Ambos apresentavam histórico de alergia. Um a ovo e o outro a diversos medicamentos. Apesar de a vacina da Pfizer não conter nenhuma parte do ovo em sua composição, ambos tiveram reações anafiláticas, que podem ser leves, como sensação de desconforto, formigamento e tontura, ou graves, como dificuldade em respirar, inchaço, coceira e diversos outros sintomas. A anafilaxia pode chegar a ser letal em alguns casos.
Depois dos episódios, a Agência Regulatória do Reino Unido (MHRA) suspendeu a aplicação da injeção em pessoas com histórico significativo de reação alérgica a vacinas, medicamentos e alimentos. A medida tinha o intuito de evitar que mais efeitos colaterais da vacina Pfizer fossem registrados.
Além disso, pessoas que utilizavam dispositivo auto injetável de adrenalina, usado para conter crises alérgicas, também não devem tomar o imunizante. O órgão ainda recomendou que a aplicação da vacina Pfizer seja feita em local onde haja a possibilidade de ofertar atendimento médico aos pacientes caso a reação for registrada.
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Efeitos colaterais da vacina Pfizer nos Estados Unidos
Nos Estados Unidos, os efeitos colaterais da vacina Pfizer também foram registrados em dois profissionais da saúde. Ambos foram imunizados em um Hospital do estado do Alaska, mas um deles curiosamente não tinha histórico de alergias graves.
A profissional teve aceleração cardíaca, erupção na pele e falta de ar cerca de 10 minutos após ser imunizada. Ela foi medicada com epinefrina, usada para tratar casos de alergia. A princípio os sintomas desapareceram, mas depois retornaram e ela teve que ser medicada novamente com epinefrina e esteróides, sendo enviada em seguida para a UTI.
O segundo caso de efeitos colaterais da vacina Pfizer foi de um homem que apresentava alergia grave, mas a reação ao imunizante foi menor. Ele também foi medicado com epinefrina e liberado depois de uma hora.
Apesar das reações registradas, o Food and Drug Administration (FDA, órgão regulatório americano de medicamentos e alimentos), a maioria da população que tem alergia está segura para tomar a dose, com exceção daquelas que já registraram reações a vacinas ou ingredientes usados na Pfizer.
No país, todos os pacientes que tomarem a vacina devem ficar em observação durante 15 minutos, mas no caso dos que têm histórico de reação alérgica grave, o tempo dobra, indo para 30 minutos. As unidades de saúde também precisam ter condições de prestar atendimento imediato caso sejam registrados efeitos colaterais da vacina Pfizer.
Segundo explicou Stephen Evans, da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, a BBC, a segurança da vacina não está diretamente ligada a não ter efeitos colaterais.
“Todo medicamento eficaz tem efeitos indesejados. Então, quando falamos que é ‘seguro’, falamos do peso dos efeitos indesejados em comparação com o benefício é muito claramente a favor do benefício”, disse.
A Pfizer tem uma índice de eficácia de 95%. Isso significa dizer que, até agora, 95% das pessoas que tomaram a injeção ficaram imunes ao coronavírus. Apesar da taxa ser satisfatória, podem ser registrados alguns efeitos colaterais da vacina Pfizer, sendo eles:
- dor no local da injeção;
- dor de cabeça;
- dores musculares ;
- calafrios.
Todos esses sintomas, porém, podem ser controlados com analgésicos.
Já Denise Garrett, vice-presidente do Instituto Sabin de Vacinas, disse também a BBC, que mais de 70 mil pessoas foram vacinadas na fase 3 e que pode, sim, aparecer um efeito adverso raro, de 1 em 1 milhão, que não foi identificado na última fase. Neste caso, o acompanhamento continua, mesmo após a aplicação da dose. Esta será a fase 4.
“Até o momento, não há nenhuma indicação que as vacinas de mRNA não sejam seguras. Eu tomaria essa vacina e a aplicaria no meu filho, o meu bem mais precioso”, disse ela.