O que é a COP27 e por que Lula foi convidado?
Tudo o que você precisa saber sobre a cúpula climática da ONU.
Dezenas de milhares de pessoas de todo o mundo irão ao Egito para participar da cúpula anual das Nações Unidas sobre mudanças climáticas. A COP27 será realizada de 6 a 18 de novembro de 2022 em Sharm El-Sheikh, e marca os 30 anos desde a adoção da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC) e sete anos desde que o Acordo de Paris foi acordado na COP21. O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participará do evento.
O que é o COP27?
Um evento anual, a ‘Conferência das Partes’ ou ‘COP’ reúne os governos que assinaram a UNFCCC, o Protocolo de Kyoto ou o Acordo de Paris.
Líderes mundiais, ministros e negociadores se reúnem para chegar a um acordo sobre como lidar conjuntamente com as mudanças climáticas e seus impactos. A sociedade civil, empresas, organizações internacionais e a mídia ‘observam’ os procedimentos para trazer transparência, bem como perspectivas mais amplas, ao processo.
Os temas da 27ª edição da conferência são Finanças, Ciência, Juventude e Gerações Futuras, Descarbonização, Adaptação e Agricultura, Gênero, Água, Ação para Empoderamento Climático (ACE) e Sociedade Civil, Energia e Biodiversidade e Soluções.
Com o slogan ‘Juntos para implementação’, a COP27 será uma COP africana e a primeira de duas COPS na região do Oriente Médio e Norte da África (MENA). A COP26 em 2021 foi realizada conjuntamente em Glasgow, Escócia, pelo Reino Unido e Itália, que continuam a ocupar a presidência da COP até o início da COP27.
Desde 2015, sob o tratado juridicamente vinculativo do Acordo de Paris, quase todos os países do mundo se comprometeram a:
– Manter o aumento da temperatura média global “bem abaixo” de 2°C e, idealmente, 1,5°C, acima dos níveis pré-industriais.
– Fortalecer a capacidade de adaptação às mudanças climáticas e construir resiliência.
– Alinhar os fluxos financeiros com ‘um caminho para baixas emissões de gases de efeito estufa e desenvolvimento resiliente ao clima’.
Por que é importante?
A COP27 é considerada uma rara oportunidade para as partes e observadores se unirem e enfrentarem um desafio que está impactando toda a humanidade. Embora a COP ocorra no contexto de uma ‘policrise’ global, a ação e a cooperação climática podem fornecer caminhos eficazes para alimentação, energia, natureza e segurança, e um nexo vital de diálogo e cooperação internacional sobre essas questões.
A maior autoridade científica do mundo sobre mudanças climáticas, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), afirma que o mundo está agora em território extraordinariamente perigoso. Cada pequeno atraso na ação proporcional de mitigação e adaptação é um movimento mais próximo de danos irreparáveis ao clima e sua capacidade de atender às necessidades humanas.
Cerca de metade da população mundial é ‘altamente vulnerável’ aos impactos das mudanças climáticas, com aqueles em regiões altamente vulneráveis já 15 vezes mais propensos a morrer devido a inundações, secas e tempestades em comparação com regiões com vulnerabilidade muito baixa.
A COP28 será realizada nos Emirados Árabes Unidos (EAU) em 2023.
Presidente eleito do Brasil, Lula, participará da COP27 no Egito
A convite do presidente egípcio Abdel Fattah El Sisi, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou sua presença na Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas – evento que ocorrerá a menos de dois meses da posse do novo governo brasileiro.
Ainda não há data definida para a participação do presidente eleito. Segundo Hoffmann, ele está ansioso pela melhor semana para viajar. No entanto, ele provavelmente poderá participar nos dias 7 e 8 de novembro, quando ocorrerá a Cúpula de Líderes Mundiais.
O presidente dos Estados Unidos Joe Biden, o francês Emmanuel Macron, o senegalês Macky Sall, o primeiro-ministro da Holanda Mark Rutte, o chanceler alemão Olaf Scholz, a nova primeira-ministra italiana Giorgia Meloni, o primeiro-ministro da Escócia Nicola Sturgeon, o espanhol Pedro Sánchez e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, já confirmaram a sua participação na cimeira.