Licença menstrual na Espanha e 4 países que já experimentaram a lei
O plano da Espanha de introduzir “licença menstrual” remunerada no local de trabalho, se aprovado, marcará um importante marco europeu.
O governo espanhol deve aprovar uma lei que oferece três dias de licença menstrual na Espanha por mês para trabalhadoras que sofram com fortes dores menstruais. A reforma faz parte de um conjunto de propostas em torno da saúde reprodutiva e foi divulgada pela rádio espanhola Cadena SER na quarta-feira.
Como será a licença menstrual na Espanha
A legislação proposta de licença menstrual na Espanha deve ser aprovada pelo governo espanhol na próxima semana e tornaria o país a primeira nação ocidental a oferecer licença menstrual, de acordo com outros relatórios. A lei proposta introduziria pelo menos três dias de licença por mês para mulheres que sofrem de fortes dores menstruais, de acordo com o jornal El Pais.
O jornal informa que esta “licença medicamente supervisionada” pode até ser estendida para cinco dias para mulheres com períodos incapacitantes que sofrem cólicas severas, náuseas, tonturas e vômitos.
Discutindo planos para a legislação em março, Angela Rodriguez, secretária de Estado da Espanha para a igualdade e contra a violência de gênero, disse ao jornal espanhol El Periodico que quando o problema da dor menstrual severa “não pode ser resolvido medicamente, acreditamos que é muito sensato que haja uma incapacidade temporária associada a este problema”.
Além disso, o projeto também propõe que as instituições de ensino forneçam produtos de higiene feminina quando necessário. As mulheres com maior probabilidade de experimentar “pobreza menstrual”, assim como as que estão na prisão, também terão acesso a produtos de higiene feminina. O projeto também eliminará uma taxa de venda sobre esses produtos.
Mas a questão está se mostrando controversa. Políticos e sindicatos estão divididos sobre um plano que alguns temem que possa sair pela culatra e estigmatizar as mulheres no local de trabalho.
Espera-se que o governo espanhol endosse a licença menstrual como parte de um projeto de lei mais amplo sobre saúde reprodutiva e direitos ao aborto, cujos detalhes devem ser divulgados na terça-feira.
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Países que oferecem licença menstrual
Aqui está uma lista dos países que tentaram oferecer a licença menstrual e algumas dicas sobre como ela foi recebida.
Japão: licença menstrual como direito industrial
O Japão introduziu a licença menstrual em 1947. O pensamento na época era conceder às mulheres um direito industrial onde as condições de trabalho e locais de trabalho fossem inadequadas.
O artigo 68 da Lei de Normas Trabalhistas do Japão, que permanece em vigor 75 anos depois, afirma: “Quando uma mulher para quem o trabalho durante os períodos menstruais seria especialmente difícil pedir para sair, o empregador não deve ter dito que a mulher trabalha nos dias do referido período menstrual. período”.
Os empregadores têm discrição e podem conceder licença por dia de calendário, meio dia ou por hora. As trabalhadoras simplesmente precisam solicitá-lo, e não é necessária documentação médica.
Mas a política provou ser controversa e alimentou temores de discriminação com uma pesquisa recente do Nikkei Intelligence Group que descobriu que menos de 10% das mulheres japonesas tiram licenças menstruais.
Indonésia: uma política divisória
A Indonésia seguiu o exemplo ao introduzir a licença menstrual em 1948, também tratando-a como um direito industrial para as mulheres mineiras ou operárias na ausência de banheiros ou saneamento adequados.
Embora possa ter proporcionado alívio aos trabalhadores braçais, os dados da pesquisa mostraram que as mulheres empregadas nos setores de serviços, como varejo e finanças, raramente tiravam férias menstruais e tendiam a ver isso como um constrangimento.
Na década de 1990, a Associação de Empresárias Indonésias chegou a pedir a revogação da política, considerando-a “contraditória com os objetivos de emancipação das mulheres”.
Uma reforma em 2003 diluiu as regras; a lei não exige mais dois dias de licença remunerada, mas torna a política sujeita à negociação entre empregadores e sindicatos.
O ‘sexismo reverso’ da Coreia do Sul
Em 2001, a Coréia do Sul ratificou o artigo 73 de sua Lei de Normas Trabalhistas, que prevê um dia de licença sem vencimento por mês concedido a pedido do empregado.
Todas as funcionárias têm direito ao benefício, independentemente de sua condição de trabalho ou de quanto tempo trabalham na empresa.
Os empregadores que violarem a lei são passíveis de até dois anos de prisão ou multa de até 10 milhões de won (cerca de € 7.500).
Taiwan: três dias por ano
A licença menstrual foi introduzida pela primeira vez em Taiwan em 2002 e alterada em 2013. A política permite um máximo de três dias de licença menstrual por ano, com os funcionários recebendo metade de seu salário normal.
De acordo com a política original, as mulheres tinham direito à licença menstrual, mas isso foi integrado aos 30 dias de licença médica que também previa metade do salário. Como resultado, se uma mulher reivindicasse três dias de licença menstrual, isso deixaria apenas 27 dias de licença médica comum para o ano.
O novo esquema, estabelecido em 2013, procurou corrigir isso, e as mulheres agora têm direito a três dias de licença menstrual por ano com metade do salário, além dos 30 dias de licença médica comum. Isso significa que as mulheres podem reivindicar “até 33 dias de licenças por saúde por ano”.
Mas há um problema: se um funcionário tirar mais de 30 dias de licença médica no total, os três dias adicionais não serão pagos.
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