Lagoa paraguaia fica roxa de um lado e permanece azul do outro, fato intriga cientistas
Autoridades locais desconfiam de poluição causada por uma indústria próxima a lagoa. Segundo os moradores, milhares de peixes morreram.
Cientistas têm investigado como uma lagoa paraguaia ficou com um lado roxo e começou a emitir um mau cheiro meses atrás, enquanto o outro lado permaneceu azul.
A lagoa, que flui na cidade de Limpio, cerca de 10 milhas a nordeste da capital Assunção, foi dividida para que um aterro e uma rodovia transportando caminhões entre as fábricas locais pudessem ser construídos.
A princípio, os residentes notaram que quando um lado mudou de cor há vários meses, os peixes e pássaros da lagoa paraguaia começaram a morrer. Após, eles alertaram as autoridades ambientais locais para investigar.
De acordo com Herminia Meza, moradora próxima da lagoa, “Três meses atrás, todos os peixes morreram na lagoa, milhares e milhares deles. O cheiro era insuportável e fomos surpreendidos por moscas. Cerca de um mês atrás, as garças morreram e ficou com uma cor avermelhada”.
Os especialistas suspeitam que a causa é a poluição do curtume Waltrading SA, nas margens da lagoa.
Lagoa paraguaia fica bicolor após poluição
Francisco Ferreira, técnico do Laboratório Multidisciplinar da Universidade Nacional que colheu as amostras, disse quarta-feira (12) que a cor da água se deve à presença de metais pesados como o cromo, comumente usados no curtimento de peles de animais para a produção de couro.
Rosa Morel, inspetora do Ministério do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável, disse ao noticiário local que “definitivamente é o curtume a causa da poluição”.
Durante uma visita anterior, os especialistas encontraram um cano presumivelmente conectado ao curtume que despejava resíduos não tratados na lagoa, disse Morel. Ela também afirmou que as autoridades estão exigindo que a empresa construa uma estação de tratamento para os resíduos.
Os técnicos esperam que a análise das amostras de quarta-feira fiquem prontas em cerca de uma semana, disse o diretor do laboratório Gustavo Brozon. Os testes sofreram atrasaos anteriormente devido ao surto de COVID-19, disseram as autoridades.