Kamala Harris e o roxo: entenda porque a cor representa o feminismo

A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, deu um show de representatividade ao usar um traje roxo que representa o movimento feminista. Ela foi a primeira mulher a assumir o cargo na história do país.

No dia da sua estreia como vice-presidente dos EUA, Kamala Harris não poupou as mensagens subliminares de representatividade. A vice do democrata Joe Biden apostou em um traje roxo monocromático, assinado por dois estilistas negros, Sergio Hudson, responsável pelo vestido, e Christopher John Rogers, criador do sobretudo.

A escolha da cor da roupa de Kamala não foi por acaso, tanto que ex-primeiras damas, Michelle Obama e Hillary Clinton também a acompanharam vestindo roxo. A elegância dos looks usados pelas personalidades femininas foi destaque da cerimônia, e acabou se tornando um dos assuntos mais comentados na mídia e nas redes sociais nesta tarde de quarta-feira (20).

Com um pano de fundo sócio-político, o roxo escolhido por Kamala fez uma referência precisa à cor do movimento do feminista, luta mundial das mulheres por igualdade de direitos.  Declaradamente ativista da causa, a democrata fez história ao se tornar a primeira mulher a assumir o cargo no país.  Além disso, Kamala é filha de dois imigrantes, um homem jamaicano e uma mulher indiana, o que a faz ter um olhar mais sensível para as causas sociais.

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Por que o roxo usado por Kamala representou o feminismo?

Alguns registros históricos afirmam que o roxo se tornou um símbolo da luta das mulheres em 1908 com o movimento das sufragistas inglesas, que lutavam pelo direito ao voto. Segundo a ativista Sylvia Pankrust, que fez parte do sufrágio feminino, o roxo no tom de lilás, se inspirava na cor da “nobreza inglesa”, o branco que simbolizava a “pureza da luta feminina” e o verde a “esperança da vitória”.

Já na década de 1970,  o movimento feminista começou a caminhar para a contemporaneidade, e com isso, uma nova vertente da cor começou. As ativistas adotaram ideia de que a síntese das cores rosa e azul, representavam a igualdade entre mulheres e homens.

Quem foram as sufragistas?

As chamadas “sufragistas” foram as primeiras ativistas que lutaram por direitos iguais entre homens e mulheres primeiramente, com o gancho do direito ao voto e o acesso à política. Segundo alguns estudos apontam, o movimento social, político e econômico de reforma, possui origens da França ainda do século XVIII.

Mas nos EUA, as mulheres conquistaram o direito ao voto somente no ano de 1920 por causa do movimento sufragista, este que recebeu fortes influências da Inglaterra. No país da rainha, as primeiras raízes surgiram ainda ao século XIX, segundo dados históricos.

As sufragistas representam a primeira onda de feministas. Em geral, elas eram da classe burguesa e reivindicavam também por edução, divórcio e participação ativa na vida da sociedade.

Quem é Kamala Harris?

Kamala Harris tem 56 anos e nasceu em Oakland, Califórnia. Ela é filha de dois pais imigrantes, uma mãe indiana e um pai jamaicano. Porém, disse que sempre se sentiu confortável com sua identidade e simplesmente se descreve como“uma americana”.

Kamala harris vice-presidente dos eua 2020
Kamala harris, vice-presidente dos estados unidos. (foto: david mcnew)

Advogada e política, Kamala foi eleita vice-presidente dos Estados Unidos nas eleições de 2020 com Joe Biden. Kamala tem passagens Universidade Howard, em Washington, D.C., e na Faculdade de Direito Hastings da Universidade da Califórnia.  Ela possui o título de majors em ciência política e economia.

De 1990 a 1998, Kamala atuou como procuradora-geral adjunta do Condado de Alameda, e depois se tornou advogada e gerente da Unidade de Criminosos Reincidentes do Escritório do Procurador do Distrito de São Francisco. Em 2000, foi recrutada pela procuradora da cidade de São Francisco, Louise Renne, para chefiar a Divisão da Comunidade e Bairros, supervisionando assuntos relacionados a aplicação do código civil.

Kamala Harris começou a despontar como candidata favorita a vice-presidência devido suas experiências. Em 2019, a vice-presidente dos EUA disse ao jornal Washington Post que os políticos não deveriam caber em compartimentos por causa de sua cor ou formação. “Meu ponto era: eu sou quem eu sou. Estou bem com isso”, disse ela.

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