Mais infecções como o coronavírus vão surgir, diz pesquisadora de Oxford
Acredita-se que o aumento da densidade populacional, das viagens internacionais e o desmatamento estão impulsionando a disseminação das infecções de animais para humanos.
Mais infecções como o coronavírus vão surgir em um futuro próximo, disse a professora Sarah Gilbert, cientista que lidera os estudos da vacina do covid-19 da Universidade de Oxford.
De acordo com a professora, há um risco crescente de surtos de doenças se espalhando de animais para pessoas.
Segundo Sarah Gilbert, a atividade humana está aumentando essa ameaça. Porém, esse risco não deve diminuir no futuro, à medida que os efeitos da globalização continuam.
Infecções como o coronavírus se espalharão
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) cerca de um bilhão de casos de doenças e milhões de mortes ocorrem todos os anos por zoonose ou doenças zoonóticas.
Enquanto isso, 60% das doenças infecciosas emergentes relatadas em todo o mundo passaram de animais para humanos.
“Maior densidade populacional, viagens, desmatamento – todas essas coisas tornam mais provável que esses surtos aconteçam e então algo se espalhe”, disse Gilbert. Bem como acrescentou: “Por causa da maneira como as coisas estão acontecendo no mundo, é mais provável que tenhamos infecções como o coronavírus causando mais surtos no futuro”.
A maioria dos pesquisadores acredita que o covid-19 surgiu em morcegos e infectou humanos por meio de outro animal, provavelmente em um mercado em Wuhan, China.
Além disso, outras doenças mortais como o Ebola, Sars e o vírus do Nilo Ocidental também se originaram em animais.
Vacina de Oxford
O projeto de Oxford está aguardando os resultados dos testes da fase três de sua vacina e, se um alto nível de eficácia for comprovado, a equipe espera que ela esteja disponível no final do ano.
A parceira farmacêutica da Oxford no projeto, a AstraZeneca, se comprometeu a produzir dois bilhões de doses até o próximo verão.
A vacina está sendo testada em dezenas de milhares de voluntários no Reino Unido, África do Sul, Brasil e Estados Unidos.
Além disso, outras vacinas em desenvolvimento entraram no mesmo estágio. Segundo a professora Gilbert, há uma “chance muito boa” de que algumas se mostrem eficazes.
“Vimos bons níveis de anticorpos neutralizantes, estamos vendo fortes respostas das células T de alguns deles. Se isso funcionar, outras vacinas também funcionarão. Esperamos que várias vacinas surjam”, disse ela.