Imposto dos Bilionários: quanto Bill Gates e outros devem pagar
Impostos são uma das preocupações mais constantes de todo empreendedor, mas é um ponto de discussão importante sobre o acúmulo de renda por parte de bilionários.
Impostos são uma das preocupações mais constantes de todo empreendedor, mas é um ponto de discussão importante sobre o acúmulo de renda por parte de bilionários. Afinal, os homens mais ricos do mundo estão segurando uma riqueza exagerada que poderia ajudar a população carente. É justamente essa a preocupação da Senadora Elizabeth Warren nos EUA. A americana do partido democrata deseja criar um Imposto dos Bilionários, ou “ultra-milionários”.
Entenda abaixo qual é a proposta de Warren e saiba quanto de imposto seria pago:
Qual é a proposta de Warren para o Imposto dos Bilionários?
No primeiro dia de março deste ano, a senadora Elizabeth Warren anunciou sua proposta legislativa que propõe um novo imposto sobre a fortuna dos residentes mais ricos dos Estados Unidos. Warren deu à proposta o nome de Ultra-Millionaire Tax Act (Lei de Impostos Ultra-Milionários).
A medida proposta pela democrata reflete a necessidade de aumentar os gastos públicos do país após os efeitos econômicos surgidos como resultado da pandemia. O projeto de Warren e cia. tem como base um estudo da Universidade da Califórnia.
Conforme o estudo, este novo imposto sobre a fortuna dos ultra-milionários poderia gerar uma receita de até US$ 3 trilhões nos próximos 10 anos. Na prática, indivíduos com fortunas entre US$ 50 milhões e US$ 1 bilhões devem pagar uma taxa anual de 2%. Já indivíduos com mais de um bilhão pagariam 3%.
Quando arrecadado, o valor levantado pela lei de Imposto dos Bilionários seria utilizado para investimentos em programas de educação, infraestrutura e bem-estar da criança.
Embora a ideia seja interessante, e possa reduzir desigualdades econômicas, a administração do presidente Joe Biden ainda não apoiou o projeto publicamente. Janet Yellen, atual secretária do tesouro americano, foi a única fonte oficial do governo a comentar o assunto. No entanto, Yellen não demonstrou animação com o projeto, pois ele “possui problemas de implementação muito difíceis”. Sob o mesmo ponto de vista, vale imaginar que Biden não deve apoiar o projeto e buscar outras alternativas.
Quanto os bilionários pagariam de imposto?
Jeff Bezos – Imposto dos Bilionários
O mais rico (e afetado) da lista seria o bilionário Jeff Bezos. A fortuna do fundador da Amazon é estimada em US$191.2 bilhões, portanto o Imposto dos Bilionários engoliria cerca de US$ 5.7 bilhões da sua renda em 2020. Nada mal para alguém que mora em uma cidade com problemas de impostos.
Elon Musk
Por pouco o excêntrico Elon Musk não ficou em primeiro desta lista, mas sua fortuna recuou um pouco após aumentar ela em seis vezes ao longo de 10 meses. Dos US$ 153.5 bilhões do CEO da Tesla, cerca de US$ 4,6 bilhões seriam destinados ao governo federal.
Bill Gates – Imposto dos Bilionários
Bill Gates já aposentou-se há algum tempo, mas ainda é figurinha marcada em todas as listas de homens mais ricos do mundo. Segundo a Forbes, sua fortuna em dezembro de 2020 estava avaliada em cerca de US$ 120 bilhões. Com a aplicação da lei de Warren, Gates daria ao governo aproximadamente US$ 3.6 bilhões.
Mark Zuckerberg
Por fim, o mais “pobre” da lista, o criador do Facebook, Mark Zuckerberg, também destinaria 3% de sua fortuna anual ao governo dos Estados Unidos. Se a Lei existisse e estivesse em vigor durante 2020, o empresário pagaria quase US$ 3 bilhões de imposto. Certamente, um valor interessante para o investimento em programas governamentais.
Como funciona o imposto sobre grandes fortunas em países que o adotaram?
Quando a discussão a respeito do imposto sobre grandes fortunas entra em cena, muitos já o recebem com aversão ou ligam ao socialismo – afinal, é uma pauta apoiada por partidos de esquerda em todo mundo. Mas esse modelo de taxação (ou versões aproximadas) já foi adotado por países com França, Noruega e Luxemburgo.
Conforme Thomas Piketty, autor dos livros O Capital no Século XXI e A Economia da Desigualdade, “a redistribuição fiscal permite limitar as consequências da desigualdade do capital humano em termos de desigualdade dos padrões de vida sem, todavia, modificar a origem estrutural da desigualdade”. Em suma, a taxação de grandes fortunas é uma importante ferramenta para a luta rápida contra a desigualdade social – problema diretamente ligado à questões humanitárias como fome, falta de saneamento básico e má qualidade do ensino público.
Assim como no programa de Elizabeth Warren, o imposto sobre grandes fortunas pode financiar programas de renda mínima (como no caso da França) e outras mudanças sociais. Contudo, segundo o administrador André Bolini, vale ressaltar que Impostos Bilionários também correm o risco de ‘incentivar fuga de capitais e a perda da capacidade de investimento”; pontos extremamente prejudiciais ao empreendedorismo e parte da economia.