Ex-agente da CIA é acusado de espionagem em benefício da China
Andrew Yuk Ching Ma é acusado de ter fornecido detalhes sobre os sistemas de comunicação da CIA, suas atividades no terreno e divulgado os nomes de informantes aos serviços secretos chineses.
Um ex-agente da CIA e da polícia federal americana foi preso e acusado no Havaí de espionagem em benefício da China. De acordo com o Departamento de Justiça dos EUA, Alexander Yuk Ching Ma teria passado documentos confidenciais e nomes de informantes para funcionários da inteligência chinesa.
Ma foi preso na última sexta-feira (14) e deverá comparecer ao tribunal nesta semana. Se for condenado, pode pegar a pena máxima de prisão perpétua.
Quem é o ex-agente da CIA
Alexander Yuk Ching Ma, cidadão americano naturalizado nascido em Hong Kong, começou a trabalhar para a CIA em 1982. Segundo os promotores, ele deixou a CIA sete anos depois. Após a saída, trabalhou na cidade chinesa de Xangai antes de se mudar para o Havaí em 2001.
Em suma, eles acusam Ma e seu parente de espionar para a China ao longo de uma década. Esse esquema começou com reuniões em Hong Kong em março de 2001.
De acordo com as informações divulgadas, o ex-agente é acusados de compartilhar informações “sobre o pessoal da CIA, operações e métodos de ocultar comunicações“ com o serviço de inteligência chinês.
Conforme o comunicado, parte de uma reunião em Hong Kong foi gravada em vídeo e mostra o ex-agente da CIA contando 50 mil dólares em dinheiro pelos segredos que compartilharam.
Enquanto vivia no Havaí, dizem os documentos do tribunal, ele então procurou trabalho com o FBI para obter acesso a informações confidenciais do governo dos EUA, mais uma vez para repassar à China.
Em 2004, Ma foi contratado pelo escritório do FBI em Honolulu como linguista. Contudo, agora também está sendo acusado de roubar documentos marcados como secretos enquanto trabalhou para o FBI. O parente não identificado (com quem os promotores dizem que o ex-agente conspirou) tem agora 85 anos.
Ele também é cidadão americano naturalizado, nascido em Xangai. De acordo com os documentos judiciais, os promotores não estão buscando um mandado de prisão para o parente neste momento. O motivo é que ele sofre de uma “doença cognitiva avançada e debilitante”.
Tensões com espionagem
Este é o caso mais recente de ex-agentes de inteligência processados por colaborar com Pequim. A justiça americana embarcou em uma busca por agentes duplos após o colapso repentino da rede da CIA na China entre 2010 e 2012.
Em 2019, dois ex-agentes da CIA e um da agência de inteligência militar foram condenados a penas de dez a vinte anos de prisão por espionagem em benefício de Pequim.