EUA reforçam restrições à Huawei para limitar acesso a tecnologia
Os EUA estão colocando mais restrições à Huawei Technologies em uma tentativa de limitar o acesso da empresa a componentes eletrônicos.
Nesta segunda-feira (17), os EUA reforçaram as restrições à Huawei no acesso a componentes eletrônicos americanos.
O objetivo é impedir que a empresa chinesa compre chips de computador fabricados com tecnologia norte-americana, mesmo que não tenham sido projetados especificamente para a Huawei.
Além disso, foram adicionados 38 nomes vinculados à Huawei em uma lista negra de negócios.
De acordo com o secretário de Estado Mike Pompeo “A Huawei tem tentado continuamente escapar” das restrições impostas em maio.
Naquela época, o Departamento de Comércio dos Estados Unidos disse que os fabricantes globais de chips que usavam tecnologia dos EUA tinham que obter uma licença do governo dos EUA para trabalhar em projetos para a Huawei.
O novo pedido amplia essas restrições, exigindo que as empresas busquem permissão, mesmo que estejam vendendo um projeto de uso geral “pronto para uso”.
“Como restringimos seu acesso à tecnologia dos Estados Unidos, a Huawei e suas afiliadas trabalharam por meio de terceiros para aproveitar a tecnologia dos Estados Unidos de uma maneira que prejudica a segurança nacional americana e os interesses da política externa”, disse o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Wilbur Ross.
A Huawei ainda não publicou uma resposta sobre as novas medidas. Porém, os executivos descreveram anteriormente as restrições americanas como “arbitrárias e perniciosas”, enquanto alertavam os investidores que o negócio seria prejudicado.
Restrições à Huawei acontecem desde 2019
Em uma reunião em maio, a gigante da tecnologia descreveu como as ações dos EUA desde 2019 a forçaram a refazer sua cadeia de suprimentos. Logo depois, chegaram a comparar a empresa a um avião “crivado de buracos de bala”.
Os EUA afirmam que a tecnologia da Huawei poderia ser usada pelo governo chinês e pressionaram governos em todo o mundo a cortar relações com a empresa. Além disso, disseram que a empresa era uma ameaça à segurança nacional.
Por fim, a Huawei contestou essas afirmações, argumentando que os EUA são motivados pela competição econômica.
Relações em crise
A ação de segunda-feira contra a Huawei é uma das muitas medidas punitivas que os EUA tomaram contra as empresas de tecnologia chinesas nos últimos meses.
No início deste mês, Pompeo descreveu os passos que deseja que as empresas americanas tomem para lidar com “aplicativos chineses não confiáveis”.
Pompeo disse na época que aplicativos como o TikTok e o WeChat representavam “ameaças significativas aos dados pessoais dos cidadãos americanos”.
O governo dos EUA argumenta que tais aplicativos colhem dados de cidadãos americanos e podem ser explorados pelo Partido Comunista Chinês, o que Pequim negou.