Espanha vive estado de emergência com maior nevasca em 60 anos
A cidade de Madri segue encoberta pela neve nesta semana, com temperaturas mínimas de -11ºC. Chegada de insumos nos hospitais e de vacinas contra a Covid-19 são prejudicadas
Escolas, tribunais e museus permanecem fechados nesta segunda-feira (11), em Madri. A neve acumulada nas calçadas e que bloqueiam ruas e avenidas são fruto de dois dias de uma histórica nevasca na Espanha – a maior em 60 anos. A tempestade Filomena fez as temperaturas despencarem nos últimos dias e deixou pelo menos quatro mortos.
A Agência De Meteorologia da Espanha (Aemet) emitiu alerta vermelho para as regiões de Madrid, Guadalajara, Cuenca, Albacete, Toledo e Valência. A Aemet descreveu a situação como “excepcional” e “provavelmente histórica”. A agência meteorológica divulgou que até 30 cm de neve caíram em Madrid na última sexta-feira (8), sendo assim o maior volume desde 1971.
Mortes e consequências da nevasca na Espanha
As autoridades confirmaram que duas pessoas em situação de rua morreram congelados em Madri e Calatayud, no leste. Outra fatalidade ocorreu em um carro com um homem e uma mulher, que morreram afogados depois que um rio estourou perto de Málaga, no sul. Na região de Madri, desde os jardins de infância até as universidades, todos ficarão fechados entre hoje e amanhã. Tribunais, museus, centros culturais e bibliotecas também não terão aval para funcionar. Segundo o Ministério do Interior da Espanha, ao todo, 138 estradas do país permaneciam bloqueadas nesta segunda e quase 700 se mantinham “afetadas” pelo temporal.
As autoridades ainda não conseguiram remover a enorme quantidade neve de bairros inteiros da capital espanhola. A onda de frio que atinge Madri e a região central do país segue nesta semana, com temperaturas mínimas de -11ºC nesta segunda e de -13ºC amanhã. “A neve vai continuar presente durante um tempo nas ruas de Madri com estas temperaturas”, alertou o prefeito de Madri, José Luis Martínez-Almeida, em entrevista a um canal de televisão.
A Câmara Municipal de Madrid avalia pedir uma declaração de zona catastrófica, informou o prefeito José Luis Martínez-Almeida neste domingo (10). Hospitais estão isolados e serviços de socorro com muita dificuldade de locomoção. Por isso, as autoridades estão prevendo a declaração, já que as cidades não elaboraram um plano de ação preciso para conter a nevasca.
Due to the heavy snow in #Madrid the airport has suspended operations at least until Sunday evening- if you are flying to or from Madrid follow @aena or contact your airline @Iberia @AirEuropa #StaySafe #BorrascaFilomena
👇pic.twitter.com/oJNOH5vXm2— Arancha González (@AranchaGlezLaya) January 10, 2021
No aeroporto internacional de Madri-Barajas, como mostra o vídeo acima, que se manteve fechado por quase todo fim de semana, a atividade começou a ser retomada gradualmente, com a decolagem de alguns voos durante a madrugada. O Exército teve de ser chamado para retirar a neve das pistas do aeroporto.
Nevasca atrapalha chegada de vacina contra covid-19 em Madrid
O governo espanhol enviou ontem comboios carregando a vacina da Covid-19 e suprimentos de alimentos para áreas isoladas pela tempestade Filomena. Cerca de 20 mil quilômetros de estradas no centro da Espanha foram afetados pela nevasca, o que atrapalha o transporte dos imunizantes. Enquanto isso, as autoridades tentam tranquilizar a população quanto à campanha de vacinação, que segundo o governo não sofrerá consequências graves pelas condições meteorológicas extremas.
“Qualquer atraso ou contingência, será muito pequeno”, afirmou o ministro do Interior, Fernando Grande-Marlaska, em declaração a uma rádio, garantindo que haverá distribuição das doses para todas as regiões. Toda segunda-feira, 350 mil doses da vacina da Pfizer/BioNTech chegam na Espanha, que é um dos países mais atingidos pela pandemia e soma quase 52 mil mortos.