Câmara dos deputados aprova descriminalização do aborto na Argentina

Os políticos argentinos votaram sim a um projeto de lei que aproxima o país, em grande parte católico, de legalizar o aborto.

Câmara dos deputados aprova descriminalização do aborto na Argentina. 

Os políticos argentinos votaram sim a um projeto de lei que aproxima o país, em grande parte católico, de legalizar o aborto, uma mudança há muito buscada por ativistas dos direitos das mulheres.

A câmara baixa do Parlamento votou a favor da lei proposta por 131-117.

Contudo, antes de se tornar lei, o projeto também deverá receber a aprovação da Câmara Alta, o Senado. A votação está prevista para antes do final do ano.

Muitas mulheres que fazem aborto na Argentina podem ser processadas.

De acordo com o projeto de lei proposto pelo presidente Alberto Fernández, o aborto terá permissão para ser feito até a 14ª semana de gravidez.

Atualmente, o aborto só  recebe permissão em caso de estupro ou se a saúde da mãe estiver em risco durante a gravidez.

 

Descriminalização do aborto na Argentina

Assim, a Câmara aprovou o projeto de lei depois de debater por 20 horas na manhã de quinta a sexta-feira (11).

Contudo, espera-se que a votação no Senado seja ainda mais apertada. Afinal, em 2018 o órgão rejeitou um projeto de lei semelhante para legalizar o aborto depois que a Câmara votou a favor.

Na quinta-feira, a Igreja Católica Romana repetiu sua oposição ao aborto, pedindo aos políticos da Argentina “um segundo de reflexão sobre o que significa respeito pela vida”.

Em contraste, a ministra da Mulher, Gênero e Diversidade, Elizabeth Gómez Alcorta, tuitou após a votação: “Escrevemos um novo capítulo em nossa história”.

Grupos pró e contra o projeto de lei se reuniram em frente ao prédio do congresso na capital, Buenos Aires.

Os manifestantes que fizeram campanha pela mudança vestiram-se de verde, a cor de seu movimento. Muitos aplaudiram e choraram quando o resultado da votação foi anunciado.

De acordo com o governo argentino, cerca de 38.000 mulheres por ano precisam de tratamento hospitalar devido a procedimentos perigosos de aborto realizados em segredo.

Estima-se que milhares morreram após um aborto inseguro desde 1983.

Fonte BBC
Você pode gostar também
Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Vamos supor que você esteja de acordo com isso, mas você pode optar por não participar, se desejar. Aceito Mais detalhes