Coronavírus no Japão: restrições com vacinas e queda recorde no PIB
Casos de coronavírus no Japão aumentam e economia encolhe. Vacina para o covid-19 será uma das soluções, porém sua produção sofre com restrições mais rigorosas no país.
A pandemia do coronavírus no Japão trouxe graves consequências econômicas. O país acaba de reportar o seu pior PIB já registrado, visto que o surto de covid-19 afetou o consumo.
O Japão registrou mais de 19.000 novos casos de vírus somente em agosto, o que é cerca de um terço do número total de infecções que o Japão registrou durante toda a pandemia.
As Olímpiadas que estavam previstas para serem realizadas este anotiveram que ser adiadas e ainda correm risco de cancelamento. Porém, o adiamento também trouxe impactos econômicos negativos para o país.
Nesse ínterim, encontrar uma vacina antes dos jogos seria essencial. Contudo, o país tem restrições específicas quando o assunto é saúde.
Coronavírus no Japão: restrições para produção de vacina
O Japão tem regras rígidas sobre o desenvolvimento de vacinas, o que significa que o progresso tem sido mais lento.
Segundo o professor Yoshiharu Matsuura, da Fundação de Pesquisa para Doenças, “No Japão, o governo está dando grande ênfase ao desenvolvimento de vacinas e remédios para o vírus por causa das Olimpíadas“.
“O Japão está realmente ficando para trás na corrida, mas as empresas farmacêuticas, universidades e fabricantes de vacinas obtiveram grande financiamento do governo e o trabalho adequado começou há cerca de um mês”, afirmou Matsuura.
Porém, o professor Matsuura está alarmado com o ritmo de desenvolvimento de vacinas em todo o mundo.
“A segurança da vacina precisa de tempo para ser comprovada. O desenvolvimento de uma vacina regular leva 10 anos e eles dizem que será feito em um ano. Isso é assustador. Então é realmente uma velocidade absurda, um trem superexpresso. Acho um pouco enervante”, disse ele.
Queda recorde no PIB
A terceira maior economia do mundo encolheu 7,8% no segundo trimestre em comparação com o trimestre anterior, disse o Gabinete do país nesta segunda-feira (17). Isso se traduziu em uma taxa anual de declínio de 27,8%, a pior desde que os registros modernos começaram em 1980 e o terceiro trimestre consecutivo de contração.
O consumo, que responde por mais da metade da economia do Japão, caiu 8,2% no trimestre, uma vez que os negócios em todo o país fecharam durante uma emergência nacional de seis semanas em abril e maio.
A demanda externa reduziu três pontos percentuais do PIB no trimestre, uma vez que o comércio global secou.
O governo japonês deu início a um plano subsidiado para impulsionar as viagens domésticas em meados de julho, quando novos casos de vírus começaram a surgir.
Contudo, muitos economistas alertam que várias medidas de alívio adotadas em dois pacotes de estímulo econômico no início deste ano expirarão em setembro, representando um risco para as pequenas e médias empresas que compõem a maior parte da economia japonesa.