Canal de Suez: como conseguiram desencalhar o navio após 6 dias
O tráfego marítimo no Canal de Suez poderá ser retomado em breve, disse a Autoridade do Canal de Suez (SCA).
O navio Ever Given, que bloqueava a navegação no Canal de Suez, no Egito, há 6 dias voltou a flutuar nesta segunda-feira. O tráfego marítimo no canal poderá ser retomado em breve, disse a Autoridade do Canal de Suez (SCA).
A SCA informou que “a navegação será retomada imediatamente após a restauração completa da direção da embarcação”. A autoridade ainda comentou que o navio Ever Given será direcionado à área de espera de Bitter Lakes “para inspeção técnica”.
As perdas econômicas com o bloqueio do Canal de Suez, segundo empresas especializadas em comércio marítimo, estimam um valor que ultrapassa R$ 300 bilhões, conforme a BBC. Ao todo, há cerca de 369 embarcações na fila à espera da liberação da via marítima.
De acordo com o presidente da SCA, Osama Rabie, serão necessários três dias e meio para que todos os navios na fila de espera consigam atravessar o canal após a sua liberação.
O que aconteceu no Canal de Suez?
O navio Ever Given, que pesa 220 mil toneladas e mede 400 metros, foi construído em 2018. Ele é operado pela empresa de transporte taiwanesa Evergreen Marine. A embarcação encalhou e alojou-se lateralmente no Canal de Suez por volta das 07:40 hora local (05:40 GMT) no dia 23 de março.
Desde então, uma força-tarefa foi estabelecida para desencalhar a embarcação e voltar o fluxo na via marítima. O bloqueio fez com que os preços do petróleo subissem nos mercados internacionais. Cerca de 12% do comércio global passa pelo Canal de Suez, que conecta o Mediterrâneo ao Mar Vermelho e fornece a ligação marítima mais curta entre a Ásia e a Europa.
A embarcação foi atingida por uma forte tempestade de areia em que a velocidade do vento atingiu 74km/h. Com isso, o Canal de Suez, por onde passam cerca de 50 embarcações por dia, foi obstruído completamente. No momento, há uma fila de navios de carga parados.
O local é uma artéria do comércio mundial, ligando o Mediterrâneo ao Mar Vermelho e fornecendo uma avenida para os navios passarem entre a Ásia, o Oriente Médio e a Europa. A principal alternativa, uma passagem ao redor do Cabo da Boa Esperança, no extremo sul da África, leva muito mais tempo.