Buraco Negro: entenda o que é e como funciona o fenômeno
O fenômeno é um dos temas mais excêntricos do campo cientifico e o estudo de três cientistas sobre o tema resultou na premiação do Nobel 2020
O Prêmio Nobel de Física, um dos prêmios mais importantes da área científica, anunciou os premiados de 2020 nesta terça-feira, 06. Segundo a Fundação Nobel, os cientistas deste ano foram escolhidos “pelas descobertas sobre um dos fenômenos mais exóticos do universo, o buraco negro“.
Desse modo, quem levou o prêmio foram o astrofísico britânico Roger Penrose, a astrônoma norte-americana Andrea Ghez e o astrofísico alemão Reihard Genzel, pesquisadores de buracos negros.
Mas afinal, o que é um Buraco Negro?
De acordo com a abordagem da física clássica, buraco negro é um objeto celeste com massa muito grande, podendo ser até mesmo maior que o sol. No entanto, eles ocupam um espaço muito pequeno no universo. Confuso, não é mesmo? Mas deixa que a gente te explica melhor.
Na verdade, os buracos negros são uma região do espaço com um campo gravitacional muito intenso. Nem mesmo a velocidade da luz, consegue escapar dentro dele.
Sendo assim, a intensa gravidade comprime a matéria até que não tenha mais espaço entre os átomos. Em outras palavras, quando uma luz entra em um buraco negro ela não pode mais sair.
Com isso, é impossível observar esse fenômeno pelas técnicas usuais que analisam a luz emitida por tais corpos celestes. No entanto, novos corpos celestes podem surgir em decorrência da morte de estrelas supermassivas, resultantes do fenômeno. Daí a revolução da pesquisa do trio de cientistas ganhadores do Prêmio Nobel de Física 2020.
Como são detectados os buracos negros?
Tecnicamente, os buracos negros não podem ser vistos por sistemas de observação tradicionais, como dito anteriormente. Dessa maneira, a observação deles é feita de forma indireta. Assim, o que se observa na verdade são os efeitos que eles causam em regiões próximas de onde se encontram.
Devido ao seu imenso campo gravitacional, outros objetos são atraídos para ele. Com isso, é possível medir a velocidade que esses corpos se deslocam em sua direção, possibilitando assim, descobrir qual a sua massa e fazer estudos a partir disso.
Ao absorver uma matéria de corpos próximos, a mesma se comprime, esquenta significativamente e emite uma grande quantidade de radiação em raios-x. Foi através da captação de raio-x por sensores que as primeiras detecções desses fenômenos foram feitas.
Inclusive, há fortes indícios que existem buracos negros supermassivos no centro de algumas galáxias espirais. Alguns cientistas, por exemplo, acreditam que exista um destes buracos negros no centro de nossa galáxia, a Via Láctea.
Astrônomos encontram buraco negro próximo à Terra
Recentemente, uma equipe de astrônomos do Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês), descobriu a existência de um buraco negro perto da Terra.
Segundo um artigo pulicado no início de maio deste ano, o fenômeno está localizado a uam distância de apenas 1000 anos-luz do nosso planeta (1 ano-luz equivale a 9,46 trilhões de quilômetros). Além disso, o fenômeno faz parte de um sistema triplo, com duas estrelas que podem ser vistos a olho nu.
A descoberta se deu por acaso, o grupo de pesquisadores estava observando o sistema binário de estrelas HR 6819 quando notou uma movimentação estranha. Ao analisar mais profundamente, eles descobriram que duas estrelas orbitavam um objeto invisível a cada 40 dias. Assim, foi possível identificar o buraco negro.
Desse modo, os cientistas confirmaram que o fenômeno está presente dentro da constelação Telescopium. Assim, as estrelas podem ser vistas a olho nu em noites de céu limpo, especialmente no Hemisfério Sul. Observe a explicação no vídeo abaixo.