Inflação medida pelo IGP-10 cai de 4,34% para 3,20%
Final do ano acelerou alta de preços e inflação cresce; isso é ruim para o governo, pois atrapalha a cumprir o teto de gastos
O Índice Geral de Preços-10 (IGP-10), indicador nacional medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), registrou inflação de 3,2% em outubro. A taxa é menor que a observada em setembro (4,34%). Com o resultado, o índice acumula inflação de 17,63% no ano e de 19,85% em 12 meses.
Qual o motivo da queda?
A queda do indicador de setembro para outubro foi puxada pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo, que mede o varejo e cuja inflação recuou de 5,99% em setembro para 4,06% em outubro.
Por outro lado, o Índice de Preços ao Consumidor, que mede o varejo, e o Índice Nacional de Custo da Construção tiveram alta. O Índice de Preços ao Consumidor subiu de 0,46% em setembro para 0,98% em outubro. Já o Índice Nacional de Custo da Construção passou de 0,80% em setembro para 1,51% em outubro.
Inflação: problemas a vista
A alta recente nos preços pode atrapalhar os planos da equipe econômica do governo federal. Isso porque a aceleração da inflação nessa reta final do ano mexe em cálculos importantes para 2021.
Na prática, a alta da inflação pode servir como norte para a correção do salário mínimo logo no começo do ano que vem. E isso impacta os gastos públicos, sobretudo quando o governo tenta fazer manobras para cumprir o teto de gastos em 2021.
Saiba mais: Teto de gastos: entenda o que é e suas consequências
O crescimento do limite das despesas está fixada 2,13%. Agora o desafio é fazer manter isso, uma vez que mais da metade dos gastos da União são referentes aos benefícios previdenciários e assistenciais.