Fundação Bill e Melinda Gates: a maior fundação privada do planeta
Conheça a história da instituição filantrópica criada pelo casal há 20 anos com o objetivo de devolver à comunidade um pouco do muito que já conquistaram.
No ano 2000, o gênio da tecnologia Bill Gates e sua esposa Melinda decidiram transformar seus projetos de filantropia em algo mais estruturado. Nascia assim a Fundação Bill e Melinda Gates, que se tornou a maior instituição sem fins lucrativos do mundo.
Até então, o casal se dedicava a projetos sociais menores, como a doação de computadores para bibliotecas públicas dos Estados Unidos. Com a criação da instituição, no entanto, eles puderam alçar voos cada vez mais altos.
O trabalho da Fundação Bill e Melinda Gates
Bill e Melinda Gates decidiram focar seus esforços em desafios globais, principalmente na área de saúde. Foi assim que começaram a pensar em soluções para diferentes problemas sociais, como o saneamento básico.
Entre os trabalhos mais importantes da organização estão o tratamento de HIV e a luta contra a poliomielite. Nesse sentido, o maior legado de Gates (um dos homens mais ricos do mundo) é muito bem-vindo: a tecnologia. Com dados de estatísticas e mapeamento por satélites, foi possível não só antecipar surtos da doença, como também aprimorar a vacinação em nações como Nigéria e Afeganistão.
Ao mesmo tempo, as questões climáticas são essenciais para Bill e Melinda Gates. Por isso, eles desenvolvem ações de captura de carbono e algumas ideias inovadoras e polêmicas, como a criação de reatores nucleares que geram energia a partir de rejeitos de plantas.
Por fim, a instituição se dedica à educação. Ela patrocina bolsas de estudo em universidades e investe em projetos de educação financeira e pesquisa científica. Além disso, promove iniciativas de agricultura familiar e ajuda a recuperar comunidades prejudicadas por desastres ambientais.
Duas décadas de história
Em fevereiro deste ano, Bill e Melinda Gates divulgaram, em uma carta pública, um balanço dos 20 anos da fundação. O casal falou sobre erros e acertos dessa trajetória. Eles avaliaram muitos impactos positivos na saúde, mas disseram que a área da educação ainda é um desafio.
Ao longo de duas décadas, a organização distribuiu mais de US$ 53 bilhões. O dinheiro é arrecadado com a ajuda de bilionários como o investidor Warren Buffet, amigo de Gates. O próprio casal também investe grande parte de sua fortuna na fundação. Em 2019, eles doaram US$ 519 milhões.
As ações mais recentes da Fundação Bill e Melinda Gates
Ao longo de 2020, a Fundação Bill e Melinda Gates anunciou diversas doações para ajudar no combate aos efeitos da pandemia do Coronavírus. Em fevereiro, por exemplo, a OMS recebeu US$ 100 milhões. Em abril, um novo aporte de US$ 150 milhões foi destinado a suprimentos médicos e pesquisas de tratamentos e vacinas.
Já em agosto, o casal fez mais uma doação à causa do Covid-19. São mais US$ 150 milhões que irão ajudar instituições que desenvolvem uma vacina contra o vírus. O objetivo é enviar até 100 milhões de doses para países de baixa renda.
Entre polêmicas e controvérsias
Nas duas décadas de instituição, Bill e Melinda Gates viram seus nomes envolvidos em diferentes polêmicas. Por exemplo, uma palestra de Bill Gates de 2015 que voltou à tona com a chegada do novo Coronavírus. No evento, o bilionário disse que o mundo deveria se preparar para uma eventual epidemia. O vídeo foi manipulado e passou a ligar Gates à origem do Covid-19. Segundo a falsa campanha, o empresário teria criado o SARS-CoV-2, vírus que causa a doença, com o objetivo de lucrar com uma futura vacina.
Outro caso foi em relação às questões climáticas. Apesar de suas ações sustentáveis, a fundação aplicou, em 2015, US$ 1,4 bilhão em combustível fóssil. De acordo com o jornal The Guardian, o investimento em empresas como BP, Anadarko Petróleo e Vale fez com que ativistas ambientais acusassem a instituição de hipocrisia.
Já no início dos anos 2000, uma ONG britânica criticou um programa de vacinação infantil, que recebeu doações da Fundação Bill e Melinda Gates. A acusação foi de que o projeto estava criando mercados para vacinas de alto custo, além da falta de impacto na cura de doenças.
A ONG alegou ainda um conflito de interesses na direção da Aliança Global para Vacinação e Imunização. A aliança, criada depois de uma doação de US$ 750 milhões da fundação, estaria dando oportunidade à empresas farmacêuticas de fazer marketing de seus produtos.