Estudo mostra que milícias dominam 57% do território no Rio de Janeiro

De acordo com o estudo, as milícias controlam mais da metade da cidade, onde vivem cerca de 2,2 milhões de pessoas

Estudo inédito divulgado nesta quarta-feira, dia 21, aponta que milícias dominam 57,5% da área da cidade do Rio de Janeiro. Isso significa que os grupos criminosos estão presentes em localidades que vivem mais de 2,2 milhões de pessoas, praticamente um terço da população da cidade.

O que diz o estudo?

Segundo o levantamento, feito por duas universidades – Grupo de Estudos de Novas Ilegalidades (GENI) da Universidade Federal Fluminense (UFF) e pelo Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da Universidade de São Paulo (USP) – as milícias estão presentes em 41 bairros da capital fluminense.

O estudo ainda contou com a colaboração das plataformas Fogo Cruzado e Pista News e uma central pública de denúncias, o Disque Denúncia, um serviço telefônico criado para denunciar anonimamente o crime.

Os dados mostram que, nos últimos anos, as milícias ‘viraram o jogo’ e ocuparam o espaço das organizações criminosas dos traficantes. As disputas entre os grupos costuma ser armada e sempre deixa rastro de pânico, destruição e saldo de mortos e feridos.

As milícias dominam grandes áreas da zona oeste, local onde surgiram, mas também marcam presença em bairros da zona norte, tradicionalmente dominados pelos traficantes. Confira no mapa abaixo:

Mapa milicias

Em nota emitida pelos organizadores do estudo, foi informado que a extensão do domínio das milícias no Rio de Janeiro “impressiona pelo fato que esses grupos passaram a se organizar no seu formato mais recente no início dos anos 2000, enquanto o Comando Vermelho se forma ainda no final dos anos 1970 e o Terceiro Comando e o Amigo dos Amigos nos anos 1990”.

Quem forma as milícias?

A composição desses grupos é feita, em geral, por ex-policiais e agentes corruptos. Quando começaram a surgir, as milícias eram vistas pela população e até mesmo pelas autoridades, como uma alternativa para eliminar os traficantes.

No entanto, os grupos foram se aprimorando aos níveis das máfias internacionais, praticando extorsão, comércio ilegal de serviços básicos e disputas armadas.

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