Confiança do setor de serviços sobe em abril
Após três quedas seguidas, melhora foi verificada em 12 dos 13 segmentos pesquisados pela FGV
Depois de registrar três quedas seguidas, a confiança do setor de serviços apresentou alta no mês de abril com avanço de 4,1 pontos do Índice de Confiança de Serviços (ICS) subindo para 81,7 pontos, informou, nesta sexta-feira, 30, a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Em março, o índice havia registrado queda de 5,6 pontos, fechando em 77,6 pontos, menor nível desde junho de 2020. O primeiro trimestre de 2021 também encerrou em queda, depois de apresentar recuperação na segunda metade de 2020.
Apesar do fôlego recuperado pelo setor em abril, o resultado, na avaliação de Rodolpho Tobler, economista do FGV Ibre, deve ser comemorado com cautela. Isso porque, segundo ele, embute uma compensação de 73% das perdas registradas em março, ou seja, a alta veio em cima de um resultado ruim. Segundo motivo estaria no fato de que o avanço deste mês foi puxado quase integralmente pelo retorno das expectativas do setor a um nível ligeiramente acima ao de fevereiro, mês que apresentou um índice de confiança em queda de 2,3 pontos. Em abril, o Índice de Expectativas (IE-S) subiu 7,4 pontos, para 88,7 pontos, revertendo parcialmente a perda acumulada nos três primeiros meses deste ano, de 10,7 pontos.
Em médias trimestrais, por exemplo, o índice de abril se manteve em tendência decrescente pelo quinto mês consecutivo, ao cair 1,3 ponto. A continuidade da recuperação, dia o economista da FGV Ibre, nos próximos meses, dependerá de sinais mais positivos em relação à ampliação do Programa Nacional de Imunização (PNI), do governo federal, e seus impactos sobre um controle maior da pandemia. Especialmente porque o setor foi um dos mais impactados pelo isolamento social compulsório na pandemia e as restrições de mobilidade. Esses sinais devem ser observados a despeito de a alta verificada em abril ter contaminado 12 dos 13 segmentos pesquisados.
Após apresentar melhora no segundo semestre de 2020, o Índice de Situação Atual (ISA-S) perdeu força em sua recuperação e se acomodou em abril, mantendo, segundo a FGV, o sinal negativo em médias móveis trimestrais. No mesmo período, o Indicador de Desconforto, que embute demanda insuficiente, taxa de juros, problemas financeiros, pandemia, fatores políticos e econômicos como limitações a melhoria dos negócios) apresentou trajetória semelhante. O indicador voltou a subir, principalmente devido a reclamações quanto a redução da demanda e da piora da pandemia.