Comércio eletrônico e delivery aumentam consumo de embalagens

Setores de papelão e de reciclagem tiveram aumento nas vendas de embalagens em meio à crise promovida pela pandemia de covid-19

As mudanças dos hábitos de consumo durante a pandemia do novo coronavírus, com as pessoas em casa e comprando mais produtos pela internet aumentou a demanda por embalagens. Os impactos dessas mudanças e das restrições provocadas pelas quarentenas para reduzir a disseminação do vírus estão sendo sentidos em várias partes da cadeia de produção.

Números do setor de embalagens

O setor de papelão chegou a registrar uma queda de 3,2% no segundo trimestre do ano em comparação com o mesmo período de 2019, depois de uma alta de 7,5% nos primeiros três meses de 2020.

No entanto, segundo a Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO), de junho a setembro o setor se recuperou e as vendas de chapas de papelão ondulado aumentaram 15,4% em relação ao mesmo período do ano passado.

O aumento das vendas pressionou a capacidade dos fabricantes. De acordo com a ABPO, os prazos de entrega, que ficavam entre 7 e 30 dias, agora, se estendem por mais de um mês.

Junto com o aumento do consumo de embalagens, houve, segundo a associação, uma redução da coleta seletiva em diversas partes do país, o que também elevou os preços do material.

Reciclagem

O reflexo dos hábitos de consumo foi percebido também na geração de resíduos. Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), nos primeiros meses da quarentena foi registrada uma queda da produção de lixo de 6% em abril e de 9% em maio. Em junho, houve um ligeiro aumento (2%) dos resíduos em geral e de 30% no descarte de materiais recicláveis. Segundo o presidente da Abrelpe, Carlos Silva Filho, esse padrão tem se mantido, com um aumento de cerca de 30% no volume de material reciclável descartado.

O crescimento muito maior na utilização de materiais como plásticos e papelão está ligado, na avaliação da Abrelpe, ao maior uso de embalagens no comércio online. Filho avalia, inclusive, que esse novo padrão pode continuar nos próximos meses.

Porém, devido ao fechamento de diversas unidades de triagem, em função das medidas de contenção do coronavírus, a reciclagem não foi capaz de absorver esse aumento do volume de materiais e embalagens descartadas nos primeiros meses de alta.

Caso o aumento do volume de materiais recicláveis no lixo das grandes cidades se mantenha, o presidente da Abrelpe afirma que pode ser necessário investir mais no setor. “Precisamos de maiores investimentos no parque de reciclagem e de descentralizar esse parque, que ainda está muito concentrado nas regiões Sul e Sudeste”. (com informações da Agência Brasil)

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