Capital aberto: como está o cenário no Brasil e no mundo em 2020

Entenda o que são empresas de capital aberto e como a crise vai afetar os negócios esse ano.

As empresas de capital aberto são aquelas que têm suas ações listadas na bolsa de valores. Ou seja, investidores podem comprar parte do negócio e participar de seus lucros. Muitas das maiores marcas do mundo estão listadas na Bolsa de Valores, como exemplo Apple, Google, Microsoft, Sony, Ambev, Petrobrás, Cielo e Itaú.

Mas 2020 trouxe algumas mudanças no cenário dessas empresas. Para entender mais sobre capital aberto e a situação em que o Brasil se encontra hoje, conversamos com a administradora e especialista em investimentos Carolina Lins.

O que são empresas de capital aberto?

São empresas que estão com suas ações na bolsa, abertas para compra e venda pelos investidores. Quando uma pessoa compra ações de uma empresa, elas passam a ter sua participação no negócio e também participação nos lucros e prejuízos de maneira proporcional às ações que possuir. “As empresas entram na bolsa para captar mais dinheiro pros negócios, projetos de infraestrutura e melhoria para poder evoluir. É uma forma até mais barata para elas gerarem capital.” explica a especialista.

Para colocar uma empresa na bolsa é preciso seguir alguns passos burocráticos. Existe a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que é órgão regulador do mercado financeiro. Para abrir o capital de uma empresa, os donos precisam da autorização do CVM.

Carolina completa que para conseguir colocar a empresa na bolsa “é preciso que seguir alguns pré-requisitos, os divulgar resultados tem que ser divulgados trimestralmente, então, a transparência é fundamental.” Mas ela aponta que as empresas que são listadas na bolsa têm vantagens para gerar capital em relação às outras.

Imagem mostra mão colocando notas de 50 reais em uma carteira.
Foto: shutterstock

Capital aberto no Brasil? Cenário bom ou ruim?

O Brasil ainda é novo no cenário de investimentos, mas segundo a especialista está em um bom caminho. Muitas empresas já estão com um alto valor de mercado na bolsa. Carolina aponta que o Brasil ainda tem muitas burocracias para que as empresas abram seu capital, por isso, muitas preferem abrir na bolsa americana. Mas que “tem muita expectativa do setor voltar a se aquecer. Até porque está aumentando o numero de investidores aqui. As empresas vão voltar a olhar a bolsa brasileira com bons olhos.” diz.

A revista Forbes lança uma lista anual, chamada Global 2000, com as 2000 empresas de capital aberto mais bem avaliadas no mercado no ano. O Brasil conta com 18 empresas nesse ranking em 2020.

Mudanças com a crise de 2020

A crise de 2020 foi sentida em todos os setores da economia, tanto no mundo quanto no Brasil. A lista Global 2000 da Forbes retratou essas mudanças, alguns setores caíram drasticamente, outros subiram e aumentaram suas ações. Por exemplo, a American Airlines que ocupava a posição 372 no ano passado, em 2020 foi para o número de 967. Já a Amazon e o Walmart aumentaram seu valor no mercado. Pois o comércio online cresceu muito, decorrente das medidas de isolamento social. O mesmo aconteceu com a plataforma Zoom, usada para chamadas vídeos.

Um setor que se manteve estável foi o bancário. Carolina explica que os bancos são os que menos vão sofrer com as recessões. Pois “em momentos de crise, as pessoas adquirem mais empréstimos e mais crédito. Então, os bancos ganham com os juros de empréstimos, tanto para pessoas quanto para empresas”. Por isso, a maior parte do topo da lista Global 2000 é ocupada por empresas do setor bancário.

Mas mesmo que a crise tenha trazido uma perda de lucros para alguns segmentos, ainda é um bom momento para fazer investimentos na bolsa. A especialista conta que desde março o número de investidores aumentou bastante. Isso se deve ao fato de que os juros de investimentos de renda fixa caíram muito. Então, as pessoas começaram a investir em ações na bolsa de valores, se arriscando para aumentar a rentabilidade.

Previsões para o futuro?

As previsões relacionadas à recuperação de capital pós-crise ainda são incertas e variam de acordo com cada setor. Por exemplo, o setor de aviação que, segundo Carolina, sempre foi complexo, vai precisar de auxílio para se recuperar. Vai ser necessário uma ajuda do próprio governo, de emprestar dinheiro, para injetar folego nas empresas.”, ela ponta. E completa que isso pode valer para outros segmentos, como o de varejo também.

 

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