Greve Banco do Brasil: como fica o atendimento ao público?
Funcionários do Branco do Brasil fazem greve de 24h em protesto com demissão de 5 mil funcionários e plano de reestruturação da empresa. Próximos meses também serão marcados por paralisação nacional.
A greve do Banco do Brasil, mobilizada por funcionários e sindicato de bancários, que acontece nesta quarta-feira (10/02), é mais um protesto contra o programa de reestruturação proposto pelo Banco, que conta com o fechamento de 112 agências e a demissão de 5 mil funcionários.
A paralisação nacional foi definida na última sexta-feira, 5 de fevereiro, pelo sindicato dos trabalhadores do Banco do Brasil, que teve aprovação de 87% dos votos. A empresa chegou a forçar um negociamento com o sindicato através de uma assembleia, mas não houve acordo.
Como fica o atendimento ao público?
Quem procurar pelo atendimento presencial no Banco do Brasil nesta quarta-feira, 10 de fevereiro, vai encontrar as portas fechadas, entretanto, a paralisação tem duração apenas 24h. A previsão é que o atendimento ao público presencial volte a funcionar normalmente a partir de amanhã, quinta-feira, 11 de fevereiro. Já o atendimento virtual, que acontece por meio do aplicativo ou internet banking, não foi afetado.
Segundo informações do próprio Banco do Brasil, a empresa possui uma das maiores redes de atendimento no país, com 5,4 mil agências e postos de atendimento, e pretende ampliar sua rede de correspondentes bancários, hoje com mais de 11,1 mil pontos, mantendo sua presença nos 4.883 municípios de atuação.
Ao UOL, o Banco do Brasil informou que ainda está apurando o impacto da paralisação nos serviços nas agências
Greve do Banco do Brasil
Em janeiro, os bancários do BB protestaram contra a reestruturação da empresa com a mesma paralisação de 24 horas. Segundo João Fukunaga, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CNBB), disse em nota oficial divulgada ao portal já citado, que os próximos meses também serão marcados por greves.
Em entrevista à CNN Brasil, Fukunaga avaliou que a greve teve uma adesão em São Paulo, Campinas e Brasília, principalmente. Segundo ele, diante da importância do banco no Brasil, a paralisação nacional pode causar “algum problema de recurso e numerário nas agências ou nos bancos privados também”.
Reestruturação do Banco é principal motivo de greve
Além do desligamento de 5 mil bancários por meio do PDV (programa de demissão voluntária), o programa de reestruturação proposto pelo Banco do Brasil no começo de 2021 pretende fechar 361 unidades, sendo 112 delas agências, 7 escritórios e 242 postos de atendimento ao público. Outra medida prevista na reestruturação é a extinção do cargo de caixa, ocupado por pessoas físicas.
Por meio de um comunicado oficial, Banco do Brasil disse que as medidas “buscam adequar a rede de agências ao aumento do comportamento digital de seus clientes e à necessidade de ampliar o atendimento especializado, especialmente o voltado ao agronegócios, que contará com mais 14 agências exclusivas e novos 276 gerentes de atendimento dedicados.”
O Banco também afirmou que pretende melhorar a eficiência nas atividades da empresa, garantindo a sustentabilidade dos negócios. A reforma prevê uma melhora na economia líquida anual estimada de R$ 353 milhões em 2021 e R$ 2,7 bilhões até 2025.
Relação com a pandemia
O movimento de reestruturação do BB tem relação com o aumento do uso digital, que se acentua com os anos e teve aceleração com a Covid-19. Segundo o banco e informações do jornal Folha de S. Paulo, a quantidade de transações em guichês de caixa no BB caiu 42% desde 2016, enquanto o uso digital dobrou no mesmo período e já responde por 86% das transações.
O que é PDV?
A sigla PDV se refere ao Programa de Demissão Voluntária. O propósito do programa é que o pedido de demissão seja de forma voluntária por parte do funcionário, que receberá um pacote de benefícios negociados pela empresa. O Banco do Brasil adotou a medida para o desligamento de 5 mil trabalhadores.
O PDV foi uma manobra realizada por muitas empresas no ano de 2020, por conta da crise do novo coronavírus, que resultou também em uma crise econômica, segundo especialistas.