Banco Central da Suécia conclui 1ª fase de teste de moeda digital
Instituição condiciona adoção de moeda digital à adequação da atual legislação no país, segundo relatório divulgado pelo banco
O Banco Central da Suécia afirmou, em um relatório divulgado nesta semana, que para que o país possa adotar uma Moeda Digital de Banco Central (CBDC), será preciso adequar a legislação atual.
“As moedas digitais do banco central são novas e se tornaram relevantes nos últimos anos, tanto na Suécia quanto no exterior. Portanto, não há legislação ou qualquer exemplo de assessoria neste campo. A emissão de uma e-krona provavelmente exigiria nova legislação, independente do modelo, desenho e solução técnica utilizada ”, apontou o documento.
A análise foi feita pelo Banco Central por cerca de um ano, depois que a Instituição iniciou os testes com a moeda digital chamada de e-krona no país, buscando atender uma demanda da população que pouco usa dinheiro físico nos últimos anos e também agilizar as transações transfronteiriças.
Outras questões que envolvem o desenvolvimento da e-krona são sobre armazenamento da moeda digital e se ela deve funcionar offline, algo que não foi testado nesta primeira etapa.
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Tecnologia utilizada – Banco Central da Suécia
O Banco Central Sueco também garantiu que já na próxima fase vão permitir a participação de bancos comerciais no projeto, que utilizou uma tecnologia baseada na plataforma de blockchain Corda da empresa R3, que por ser nova, também requer mais pesquisa, diz o estudo.
“A tecnologia oferece a capacidade de criar e-krona identificáveis de maneira única, mas não foi testada no que diz respeito ao processamento de pagamentos de varejo na escala e com o nível de segurança exigido pela moeda digital de um banco central”, informou a agência.
Nas redes sociais, as críticas à tecnologia, que alguns classificaram como obsoleta, foram muitas, como a de Miguel López, cofundador da FLOSSystems, empresa focada em infraestruturas virtualizadas. Ele disse que “Os governos europeus estão dispostos a gastar quantias indecentes de dinheiro público em tecnologias inúteis ou obsoletas, dando dinheiro a empresas que são especialistas em fumaça de blockchain (DLT) que já foi descartada pelo mercado”.
A próxima fase de testes pode durar até 2026, informou o banco, o que vai ao encontro do que disse recentemente a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, quando estimou que testes com o euro digital devem perdurar até 2025.