Ameba comedora de cérebro é encontrada em água no Texas

Novos casos da doença causada pela ameba comedora de cérebro foram registrados nos Estados Unidos

Além da covid-19, outras doenças tem assustado pessoas ao redor do mundo. Esse é o caso da ameba comedora de cérebro. Recentemente, algumas cidades do sudeste do Texas, nos Estados Unidos, reportaram a contaminação da água pela ameba em suas redes de abastecimento.

No entanto, a existência da ameba em solo estadunidense não é novidade. De acordo com o Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC), os Estados Unidos tiveram cerca de 143 pessoas infectadas nas últimas seis décadas, geralmente com crianças infectadas.

Todavia, outros países também já tiveram casos registrados. No Paquistão, por exemplo, a doença acomete mais os adultos e tem uma taxa maior de infectados, devido alguns hábitos culturais como o bismillah, um ritual de limpeza física feito antes das orações.

No país, desde 2018 foram mais de 148 infectados. Embora seja rara, a ameba comedora de cérebros é letal em 97% dos casos.

 

O que é?

A ameba “comedora de cérebro“, conhecida cientificamente por Naegleria fowleri, é um protozoário que afeta diretamente o cérebro. O nome popular se originou porque o protozoário se alimenta literalmente da massa encefálica do cérebro.

Desse modo, o protozoário causa uma doença chamada meningoencefalite amebiana primária (PAM, na sigla em inglês). A doença, por sua vez, apesar de rara é extremamente letal.

 

Como ocorre a infecção?

Ameba comedora de cérebro
Imagem: reprodução / catraca livre

Normalmente, a ameba comedora de cérebro está presente no solo e em locais de água doce, como rios, lagos e fontes termais. Desse modo, a infecção ocorre através do contato com a água contaminada.

Assim, o protozoário entra pelo nariz da vítima e se hospeda no cérebro da pessoa. Com isso, o protozoário causa a doença meningoencefalite amebiana primária, podendo ser letal.

Além disso, a contaminação pode ocorrer em locais onde a água seja imprópria para o consumo humano. Outro fator contribuinte são as regiões onde o saneamento básico é inexistente ou precário. Nesses locais, o risco de infecção é maior, devido as condições de sanitárias.

 

Como a Ameba Comedora de Cérebro age no Organismo?

De fato, as amebas se alimentam de bactérias, por isso, vivem em locais onde existem muitas delas como piscinas sujas. No entanto, não existem bactérias no cérebro humano pois a entrada delas é bloqueada por uma camada de células protetoras, chamada de barreira hematoencefálica. Assim, com a ausência de bactérias, a ameba começa a comer a massa encefálica.

Mas como isso acontece? Ao se hospedar no corpo humano, o protozoário vai até a região do córtex, a parte externa do cérebro, e gruda nele. A partir de então, ele começa a “sugar” os miolos da pessoa infectada.

Assim, o sistema imunológico percebe que algo está errado e começa a enviar as células de defesa (os leucócitos) para atacarem a ameba comedora de cérebro. Todavia, a ação piora a situação, causando micro-hemorragias.

Desse modo, o cérebro começa a inchar e com isso, a pressão interrompe sua ligação com a medula espinhal, responsável por transmitir impulsos nervosos pelo organismo.

Por fim, a ação gera um colapso das funções vitais e com isso, a pessoa vai a óbito em cerca de uma semana. O que causa a morte, no entanto, não é a ameba comedora de cérebros, mas sim as ações errôneas do próprio sistema imunológico.

 

Quais os sintomas da Ameba Comedora de Cérebro?

De acordo com o Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, os primeiros sintomas começam a se manifestar a partir de cinco dias de infecção.

Entre os sintomas primários estão a perda do paladar e do olfato. Depois, outros sintomas, semelhantes os da meningite começam a se apresentar.

Em seguida, a ameba comedora de cérebro começa a migrar pelo tecido nervoso e isso desencadeia uma resposta imunológica. No entanto, a ação resulta em rigidez do pescoço e dores de cabeça. Assim, conforme a infecção se alastra, as dores e sintomas pioram.

Devido as fortes dores de cabeça, náusea, vômitos, alucinações, rigidez na nuca e convulsões, alguns médicos podem confundir a doença e prescrever um tratamento equivocado, especialmente por se tratar de uma doença um tanto recente.

 

Existe tratamento para a doença causada pela Ameba Comedora de Cérebro?

Ameba comedora de cérebro
Imagem: reprodução / meio norte

Segundo dados da CDC (Centro para Controle e Prevenção de Doenças), ainda não existe cura ou tratamento para  a meningoencefalite amebiana primária. Isso porque os estudos ainda são bastante precoces e os tratamentos apresentados foram ineficazes na conversão do quadro da doença.

No entanto, alguns testes experimentais estão sendo realizados. A miltefosina, medicamento experimental para leishmaniose e câncer de mama, mostrou resultados promissores ao reverter o quadro da doença em duas crianças americanas.

Além disso, cientistas da Malásia, estão testando um método de tratamento que usa drogas anticonvulsivas e nanopartículas de ouro e prata. Porém, esse método apresentou consequências após o tratamento.

 

Como se prevenir?

De fato, a prevenção é a única garantia de preservar a saúde e não contrair doenças. No caso da ameba comedora de cérebro, os cuidados devem ser redobrados.

Embora no Brasil não tenha registros da doenças, cuidado nunca é demais! Com isso, veja a seguir uma lista de recomendações que os especialistas indicam para realizar a prevenção.

  • Evite o contato com águas contaminadas, seja lagos, piscinas e rios.
  • Se for nadar em rios e lagos, use proteção nasal;
  • Beba água filtrada;
  • Ao viajar, evite tomar água da torneira;
  • Opte sempre por água mineral;
  • Exija da administração pública de sua cidade melhores condições sanitárias.

Além disso, oriente outras pessoas fazerem o mesmo, assim você protege a si e os outros da infecção da doença.

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