Afinal, por que está tão calor no Brasil ainda no inverno?

Vários recordes do aumento de temperatura têm sido quebrados, com aumento da emissão de gases do efeito estufa

Com dias cada vez mais quentes em vários lugares país, gerando vários alertas sobre os perigos das altas de temperatura, surge uma dúvida. Afinal, porque está tão calor no Brasil?

Recentemente, o Climatempo alertou que a umidade relativa do ar está tão baixa e a estiagem (falta de chuvas) por várias semanas, os riscos são de problemas de saúde nas pessoas, ou até mesmo incêndios florestais em diversas regiões – que também podem ameaçar o bem-estar de indivíduos.

Somente nesta segunda-feira, dia 20 de setembro, foi feito aviso de onda de calor com perigo potencial. Ou seja, com pequeno risco à saúde. Dessa forma, municípios de Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e São Paulo, além do Distrito Federal, têm sido os principais alvos dos efeitos do calor.

VEJA: quando a onda de calor vai acabar 2023?

Por que está tão calor no Brasil?

O inverno, que acaba em 22 de setembro, fez com que o tempo ficasse muito seco em cidades de todas as regiões do Brasil. São Paulo, por exemplo, beirou os 35ºC com frequência nos últimos dias.

A falta de nebulosidade, chuvas e ventos frios têm feito o ar esquentar e aumentar o calor. Outro fator é que as chuvas têm surgido em horário não muito propícios, como à tarde e noite.

Segundo o Climatempo, uma massa de ar quente e seco vai predominar sobre o país ao longo em parte do país. Assim, o cenário verificado é de calor intenso nessa estação.

Onde está mais calor no Brasil?

Corumbá, em Mato Grosso do Sul, teve o a maior máxima de todo o Brasil. O meteorologista Natálio Abrahão, explica ao DCI que esse estado está com uma massa de ar seca e quente em função do sistema de alta pressão em altitude que empurra o ar quente para baixo.

Esse fenômeno é tão relevante que, segundo ele, bloqueia o avanço das frentes frias, que levam chuva e tempos mais amenos, para o sul do Brasil. “Isso vai continuar pelo menos até sábado com máximas cada vez mais altas e umidade relativa do ar mínima abaixo de 10%”.

Vale lembrar que a Organização Mundial da Saúde (OMS) especifica que a umidade relativa do ar ideal para a saúde humana é entre 50% e 80%.

“Um autêntico clima de deserto, deixando as bacias dos rios Paraguai e Paraná em níveis críticos, com perda de água em torno de 16,6 mil litros de água por hectare, por dia”, ressalta o meteorologista.

No interior do estados do Paraná e Minas, termômetros também chegam à casa dos 35°C. O mesmo acontece em municípios da região nordeste e norte do Brasil. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), neste ano, o termômetro marcou quase 39ºC no Piauí e Maranhão, por exemplo.

Aquecimento global: Por que está tão calor?

Em todo o mundo, os recordes de temperatura têm sido quebrados cada vez mais frequentemente, de forma mais preocupante. Em boa parte, isso é justificado por pesquisadores por conta do aquecimento global.

Esse fenômeno ambiental acontece quando o dióxido de carbono (CO2), em excesso, atinge a atmosfera e permite que raios solares atinjam o planeta, e que a temperatura não se dissipe, mas sim, fique concentrada no globo terrestre, gerando o aquecimento global.

Até 1937, o Canadá tinha recorde de temperatura que chegou a 45ºC. No entanto, isso foi superado em 2021, quando o país da norte-americano registrou 46ºC por três dias consecutivos. Muitos climatologistas alertam para esses perigos, que podem ser prejudiciais para a humanidade.

Em entrevista ao jornal BBC News, o cientista Brian Hoskins mostrou preocupação sobre esse tema. “A natureza extrema do recorde, junto com outros, é um motivo de preocupação real”. Além do calor, há chuvas fortes como as que aconteceram na Alemanha ou em outras regiões do mundo.

Especialistas dizem que governos têm de agir

Os especialistas entendem que muito se fala sobre o tema, mas há pouca ação. Assim, mesmo com algumas medidas, a expectativa de eliminar a emissão do gás carbônico até 2050 é considerada muito longa.

O presidente dos EUA, Joe Biden, afirmou que o CO2 do país será reduzido em 50% em relação a 2005 já nesta década. No entanto, seus investimentos sofrem resistência por parte dos republicanos.

Além disso, empresas como a General Motors (GM) prometeram vender apenas veículos com emissões zero até 2035. No entanto, o líder estadunidense não definiu uma data para deixar a frota de carros dos EUA 100% elétricos, por exemplo.

Segundo a BBC, o próprio Reino Unido não tem políticas definidas sobre o tema. Mesmo com uso de ferrovias reduzido, o premiê Boris Johnson deverá gastar mais de 100 bilhões de libras em projeto ferroviário que não será neutro em carbono.

Na Ásia, várias usinas termelétricas a carvão ainda têm sido construídas, mesmo que algumas estejam sendo descartadas à medida que investidores estão percebendo que carvão é uma aposta ruim de longo prazo.

O que fazer no calor?

O ar seco pode gerar muitos problemas de saúde. Por exemplo, complicações alérgicas e respiratórias – cada vez mais preocupantes durante a pandemia – sangramentos no nariz, ressecamento ou irritação dos olhos. Dessa forma, especialistas recomendam para:

  • Se hidratar bastante
  • Acionar a Defesa Civil para problemas de falta de água
  • Permanecer em locais protegidos do sol, sempre que possível
  • Evitar exercícios físicos ao ar livre em horários muito quentes, como entre 11h e 15h
  • Utilizar soro fisiológico para umidificar olhos e narinas, caso necessário
  • Umidificar o ambiente com vaporizadores, toalhas molhadas no ventilador, recipientes com água, entre outros
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