A crescente aposta do pequeno empreendedor nas vendas on-line
Além do e-commerce, ganham força no Brasil as vendas por meio de dispositivos móveis – celulares e tablets -, que criam uma rede de oportunidades.
A Loja Integrada, plataforma virtual lançada em 2013 para dar suporte a operações de micro e pequenas empresas interessadas em investir no comércio eletrônico, contabilizou em 2014 a criação de cerca de oito mil lojas por mês. No cadastro da plataforma estão cerca de 140 mil lojas. Os números sinalizam a crescente aposta dos pequenos empreendedores nas vendas pela internet, nas mais diferentes áreas. Pelos dados da empresa, 72% desses lojistas investem até R$ 1 mil para iniciar o negócio, em um canal de vendas que cresce a taxas superiores a 20% ao ano.
Pesquisas semestrais da consultoria E-bit, considerando sites de e-commerce estabelecidos que emitam nota fiscal e aceitem cartões, mostram que o comércio eletrônico movimentou R$ 35,8 bilhões no ano passado, 24% acima de 2013. A previsão é de nova alta neste ano, de 20%, para R$ 43 bilhões. Empresas com até R$ 100 milhões de receita anual respondem por entre 10% e 15% do faturamento total, informa o diretor-executivo da E-bit, Pedro Guasti. Cerca de 50 sites contabilizam faturamento superior a este valor. Ano passado, 51,5 milhões de internautas compraram – destes, 10,2 milhões pela primeira vez. E as compras por meio de tablets e smartphones, o m-commerce, avançam rapidamente, respondendo atualmente por 9,7% de toda a venda pela internet – em junho de 2014 eram 7% e em janeiro daquele ano, 4,8%. O destaque fica com os smartphones, que começaram o ano passado com 33% de participação nesse total e terminaram com 65%.
Para Guasti, o comércio eletrônico conquistou mais confiança por fatores como a profissionalização do mercado e a vigilância do Código de Defesa do Consumidor, além de uma melhor estrutura de serviços. O potencial de crescimento é expressivo. O e-commerce já responde por quase 10% das vendas do varejo nos EUA e 80% dos internautas são compradores virtuais. No Brasil, metade dos internautas compra pela internet e o e-commerce responde por 4% das vendas totais do varejo.
Vendas em marketplaces
Considerando também outras operações de venda pela internet, como os marketplaces, nos quais pessoas jurídicas e físicas, muitas vezes sem sites de vendas, oferecem seus produtos, como no Mercado Livre, a projeção de receita para este ano é de R$ 48 bilhões, com alta de 27%, informa o presidente da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm), Maurício Salvador. O executivo diz que a maioria das vendas nos marketplaces é de produtos novos e essas plataformas podem servir de porta de entrada nas vendas pela internet. De acordo com Salvador, a participação de micro, pequenas e médias empresas no faturamento do e-commerce passou de 6% em 2005 para 21% em 2014. O executivo atribui esta expansão ao maior acesso à tecnologia e aos custos mais acessíveis de mídia. Além disso, o internauta consegue ter mais informações sobre reclamações referentes ao vendedor virtual, o que ajuda a opção pela compra.
O presidente da Abcomm informa, entretanto, que cerca de 30% dos sites criados para vender na internet se mantêm ativos. Na Loja Integrada, este percentual fica próximo de 20%, segundo o diretor Adriano Caetano. O empresário afirma, no entanto, que o cenário hoje é de mais maturidade em comparação com o início da operação da plataforma. “Lojistas que começaram pequenos estão aumentando seu faturamento de forma escalonada, houve um crescimento médio de 40% em 2014”, diz. Um levantamento junto aos lojistas mostrou que a maioria tem até 40 anos, ensino superior, conhecimento básico de informática e 80% deles se dedicam também a outras atividades.