Café arábica: conheça as diferenças e como preparar
Se você gosta de tomar café ou simplesmente não consegue fugir da bebida, certamente já ouviu falar do café arábica. O nome pode parecer exótico e indicar que é um grão ‘raro’, mas será que é isso mesmo?
Se você gosta de tomar café ou simplesmente não consegue fugir da bebida, certamente já ouviu falar do café arábica. O nome pode parecer exótico e indicar que é um grão ‘raro’, mas será que é isso mesmo?
Conheça abaixo mais sobre o café arábica:
O que é o Café Arábica?
Embora seu nome seja bastante exótico, o café arábica é bastante comum. Inclusive, o Brasil é o país que possui a maior produção desta iguaria, apreciada pelos amantes da bebida quente. Existem diversas histórias sobre a descoberta do grão, “mas a mais difundida delas conta a história do pastor Kaldi, que viveu na Absínia, região que hoje conhecemos como Etiópia. Isso teria acontecido há mais de mil anos. Enquanto pastoreava, Kaldi percebeu que algumas ovelhas ficavam mais agitadas e enérgicas após se alimentarem das frutinhas de um arbusto rasteiro típico da região.”
As ‘frutinhas’ descobertas eram o café arábica, que chegou a ser cultivado em monastérios islâmicos. Eventualmente, a bebida foi descoberta pelos europeus e se popularizou como “vinho da arabica”; como resultado, criando o nome do grão que conhecemos hoje.
O café chegou no Brasil junto com os portugueses e chegou a ser base da economia local por muitos anos. A produção era realizada no Rio de Janeiro, mas depois foi levada a São Paulo e Minas Gerais. Atualmente, Minas é responsável por cerca de 50% da produção anual de café.
Quais são suas características?
Uma das principais diferenças do café arábica está em sua suavidade. Como resultado de algumas características químicas, este grão possui um menor teor de cafeína e maior quantidade de açúcar.
Seu sabor suave também pode ganhar notas diferentes conforme o terreno em que é plantado. Embora seja um café mais sensível – o arábica demora para crescer e precisa de condições especiais -, ele é o mais cultivado no mercado cafeicultor. Outro ponto especial deste grão é a preservação dos antioxidantes da planta; essa característica faz com que o arábica previna o envelhecimento e o desenvolvimento de células cancerígenas.
Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café, “o consumo de 3-4 xícaras por dia reduzem o risco de depressão e suicídio”. Mas é claro, pessoas com problemas de hipertensão ou outras questões ligadas ao coração devem tomar cuidado com doses excessivas de café.
Diferenças entre esse grão e o café robusta
Os dois grãos mais populares do mundo são o arábica e robusta, mas qual será as diferenças entre eles? A diferença entre os tipos de café ocorre em quase todos os aspectos possíveis (sabor, cultivo e propriedades).
Como dito anteriormente, o grão arábica exige um cultivo mais cuidadoso; enquanto o robusta cresce em baixas altitudes e climas quentes, o grão arábica precisa de climas amenos e uma altitude entre 650m e 1000m. O processo de crescimento dos dois também é diferente (o robusta cresce mais rápido que o café arábica).
No campo do sabor, o arábica é considerado um grão especial, pois é menos amargo e possui doses menores de cafeína; justamente por isso, acaba sendo um dos mais buscados pelos consumidores.
Conforme a rede Octávio Café, “mesmo o Robusta florescendo mais de uma vez ao ano, crescendo mais rapidamente e tendo uma resistência maior contra os parasitas, o Arábica continua correspondendo a ¾ da produção mundial, devido a qualidade de aromas e a sua maior doçura. Dependendo da variedade de arábica de acordo com o terroir da fazenda onde é produzido, podemos conseguir notas muito variadas, como as notas floral e mel do Catiguá ou as notas de castanhas e caramelo do Bourbon Amarelo”.
Quais são as variedades existentes do café arábica?
Dezenas de versões de café arábica são cultivadas ao redor do mundo; inclusive, algumas cafeterias trabalham com versões próprias. Contudo, embora a quantidade inestimável de versão do grão, três tipos são muito procurados por amantes do café. São eles:
Bourbon
O Bourbon (dividido em amarelo e vermelho) é um dos grãos mais especiais cultivados no Brasil. Cultivado em altitudes de 1000 metros acima do mar, possui um sabor leve, com pouca acidez e uma textura achocolatada.
Ambas os tipos de café arábica Bourbon requerem muito cuidado no cultivo, pois precisam de condições ideais para o plantio, secagem e até o ensacamento. Contudo, o resultado final faz o esforço todo valer.
Mundo Novo
Certamente, o grão Mundo Novo é a estrela dos cafés e blends (misturas) especiais. Além de poder estar presente em diferentes locais do Brasil, é um grão com um sabor muito especial. Uma boa descrição dele sempre irá ressaltar seus aromas de caramelo e também de chocolate ao leite (mas isso não exclui a necessidade de experimentar o café). Assim como outras variantes do café arábica, o Mundo Novo tem um alto valor de mercado, pois seu cultivo é mais longo que o do grão robusta.
Acaiá
Surgido como uma mutação natural do café Novo Mundo, o acaiá é uma variante rara de café arábica. Esse grão é maior que outros do tipo de café, mas isso não tira a sofisticação de seu sabor.
Este grão também é adocicado (como outros cafés arábica), mas brilha em suas notas que misturam chocolates e sabores suaves e florais. Ele é muito presente no Cerrado brasileiro.
Como preparar?
O preparo de um café arábica pode variar conforme o tipo de grão e, claro, o gosto de quem está fazendo. Segundo o Moka Clube, três formas são as mais recomendadas para a preparação do grão arábica. São elas: prensa francesa, coador e moka italiana.
Cada uma dessas maneiras irá alterar o resultado final. Enquanto a prensa francesa valoriza uma bebida forte e rica em óleos essenciais (ressaltando a cafeína), o coador acentua a acidez e gera um “sabor marcante”. A moka italiana provavelmente é a que exige mais cuidado, pois o pó do café pode ser queimado durante seu preparo. Embora tenha seu risco, não deixa de ser uma das melhores formas para fazer o café arábica em casa.