Por que dia 21 de abril é feriado de Tiradentes?
Para esse 21 de abril, entenda a importância de Tiradentes para o Brasil e veja o calendário dos feriados e dos pontos facultativos 2023
Você já se perguntou por que dia 21 de abril é feriado de Tiradentes?A seguir, você vai entender por que essa data é tão importante e como ela se relaciona com os demais feriados e pontos facultativos no calendário brasileiro.
Por que o dia 21 de abril é feriado?
O dia 21 de abril é uma data comemorativa nacional e feriado em todo o Brasil, em homenagem a Joaquim José da Silva Xavier, popularmente conhecido como Tiradentes. Em 2023, a data vai cair em uma sexta-feira.
Este feriado foi estabelecido no calendário nacional pelo movimento republicano, a fim de lembrar a luta pela independência do país e honrar um de seus principais mártires, que se tornou um símbolo da luta pela liberdade e contra a opressão colonial portuguesa.
Tiradentes foi um revolucionário brasileiro que, como fundador do movimento da Inconfidência Mineira, lutou pela independência do Brasil e pela libertação do poder colonial português.
O aniversário de sua morte (21 de abril) tornou-se feriado nacional depois que a república foi proclamada em 1889.
Quem foi Tiradentes?
A memória de Joaquim José da Silva Xavier, conhecido como Tiradentes, foi tornada emblemática pelos republicanos brasileiros no processo de luta pela independência do Brasil, como apontou a historiadora Mary del Priori ao Jornal do Brasil, em 2017. Os registros históricos apontam que Xavier nasceu em 1746, no estado de Minas Gerais, e trabalhou como dentista, tropeiro, minerador e comerciante ao longo da vida. No entanto, foi na política e na busca pela libertação do país do domínio português que ele se destacou.
A Inconfidência Mineira, movimento em que Tiradentes teve papel fundamental, ocorreu entre 1788 e 1789. Ela surgiu em meio a um contexto de crescente insatisfação com a exploração econômica e os abusivos impostos cobrados pela Coroa Portuguesa, em especial a “derrama”, uma cobrança dos tributos que se acumularam a partir da exploração do ouro, como explicou a historiadora Karine Ferreira Brito, em artigo publicado em 2016.
Frente a essa situação, um grupo de intelectuais, militares, religiosos e profissionais liberais da elite mineira começou a articular uma conspiração contra o domínio português. Ele se engajou no movimento e assumiu uma posição de liderança, como afirma a professora e biblioteconomista Dilva Frazão na biografia de Joaquim Silvério dos Reis. Xavier teria sido responsável, ao lado de nomes como Francisco de Paula Freire de Andrade, Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga e Alvarenga Peixoto, por organizar e divulgar os planos da Inconfidência Mineira.
De acordo com Lília Schwarcz e Heloísa Starling, no livro “Brasil: Uma Biografia”, além da revolta contra Portugal, os inconfidentes também eram motivados pela percepção de que as Minas Gerais teria como existir fora do controle da Coroa Portuguesa, ou seja, tendo condições econômicas de se autossustentar. A intenção dos conspiradores era criar uma república independente, com capital na cidade de São João del-Rei, e estabelecer uma série de reformas políticas, econômicas e sociais. Parte dos revoltosos queria, inclusive, a abolição da escravidão (porém, a outra parte discordava).
No entanto, antes que os inconfidentes pudessem colocar seus planos em prática, o movimento foi denunciado por Joaquim Silvério dos Reis que, ao que tudo indica, buscava obter benefícios junto à Coroa Portuguesa, como retoma a professora Dilva Frazão.
Ele foi preso em 10 de maio de 1789 e, após um longo processo judicial, foi condenado à morte. No dia 21 de abril de 1792, ele foi enforcado no Rio de Janeiro, em um local que hoje é a Praça Tiradentes.