Padrão de beleza através dos tempos: veja como mudou
O padrão de beleza define o que uma sociedade entende como belo e muda bastante com o tempo, através das interferências históricas e culturais. Saiba mais.
“Padrão de beleza” é um termo que descreve a compreensão do que é belo de acordo com os parâmetros e ideais de uma sociedade. Em outras palavras, isto nos informa o que é bonito e, assim, podemos dizer se alguma coisa ou pessoa é bela ou não.
Sendo assim, o padrão de beleza muda muito conforme mudamos de lugar e de época, sendo afetado por aspectos biológicos e culturais do ambiente. A pele será mais bela quanto mais branca em um século e o bronzeado será considerado extremamente atraente em outro.
Como era definido o padrão de beleza em outras épocas?
Independentemente de já ser entendido dessa forma ou não, o padrão de beleza sempre existiu. Porém, em épocas mais primitivas da humanidade, ele estava conectado a questões de sobrevivência da espécie. Naqueles tempos todas as nossas decisões e preferências tinham a intenção de garantir nossa continuidade. Assim, a beleza era percebida nas características que demonstravam saúde e fertilidade.
Porém, a medida que as civilizações se estabeleceram e os seres humanos pararam de se preocupar tanto em fugir de animais maiores e caçar animais menores, as coisas mudaram. Foi nesse momento que os padrões de beleza começam a ter a ver com a raça e cultura.
Sendo assim, a medida que as raças aparecem e as culturas evoluem e se diferenciam, também os padrões de beleza se tornam diferentes. Por exemplo, na Grécia Antiga o ideal de beleza para mulheres era ser ruiva e ter um corpo volumoso. Já na China Antiga, o padrão de beleza era uma mulher de ombros delicados, cintura fina e peito liso.
A partir daí, as mudanças nas percepções do que é belo se relacionam muito com o que acontece na história. Veja alguns exemplos:
Antiguidade
Na Antiguidade, a beleza estava mais ligada aos conceitos de saúde. Na Grécia Antiga, o corpo belo era aquele que mostrasse harmonia e proporção.
Nas mulheres, as curvas eram o ideal: seios volumosos e quadril largo eram sinais da capacidade física feminina de procriar.
Idade Média
Sabemos que a Idade Média foi um período bastante duro de se viver, marcado por muitas doenças, invasões bárbaras e obscurantismo. Porém, curiosamente, essa foi uma época em que os “padrões de beleza” não torturaram tanto assim as cabeças da humanidade.
Esse foi um efeito colateral da religiosidade muito forte da época: o culto ao corpo e a busca da beleza eram vistos como vaidade. Ou seja, se preocupar demais com a própria aparência era pecado.
No entanto, isso não quer dizer que as pessoas não se importavam com o que pensassem delas. Elas se importavam, mas com a sua aparência moral: mostrar-se puro e bom era o que contava.
Por esse motivo, para serem consideradas belas as mulheres deveriam seguir a figura da Virgem Maria. Assim, o ideal de beleza feminino da Idade Média pressupunha delicadeza: mãos, pernas e seios pequenos, com lábios finos e delicados.
Há relatos, inclusive, de que as mulheres costumavam prender os seios desde a infância, para evitar o crescimento.
Idade Moderna
Após a seriedade e desapego à aparência da Idade Média, o Renascimento muda tudo: a beleza volta a ser celebrada. Esse período é caracterizado por tirar Deus do centro da cultura e colocar o homem.
Assim, ninguém mais se importa se a vaidade é pecado e os ideais da Antiguidade Clássica são resgatados. Neles, como já mencionamos, as mulheres devem ser voluptuosas, pois suas curvas são símbolos de sua fertilidade.
Uma mudança de paradigma muito interessante acontece: devido ao surgimento do espartilho e da disseminação de seu uso, as cinturas finas começam a fazer parte do imaginário de beleza.
Assim, podemos ver como a moda, uma questão totalmente cultural, foi capaz de afetar a percepção do que era um corpo bonito. Da mesma forma, a pele branca era considerada bela por indicar boa posição social, já que a pessoa que precisasse trabalhar ficava mais corada devido à exposição ao sol.
Idade Contemporânea
Na idade contemporânea, o padrão de beleza sofreu um processo de globalização e massificação, graças à velocidade com que as informações passaram a circular no mundo.
Esse foi um processo bastante lento e que tem muito a ver com a história também. Afinal, a medida que os países estabeleceram conexões e realizaram trocas, entramos em contato com diferentes concepções do que é ou não bonito.
Infelizmente, esse processo que deveria tornar o conceito de beleza mais diverso teve o efeito contrário. Assim, acompanhamos um fenômeno curioso, em que o ideal de beleza em diferentes países está cada vez mais parecido.
A idade biológica deixa marcas no corpo, mas a verdadeira beleza está na alegria de viver.