Compulsão alimentar: entenda a polêmica com Dani Noce
Influenciadora digital comparou açúcar a drogas e mencionou necessidade de restrição alimentar.
Dani Noce causou polêmica na web. A influenciadora digital, que ficou conhecida quando produzia conteúdo de confeitaria, comparou açúcar a drogas, como cocaína, e disse que procura ficar longe dele para controlar a compulsão alimentar.
O que Dani Noce compara ‘açúcar a cocaína’
Dani Noce parou de investir em confeitaria em junho de 2019. “Esse é um dos motivos para eu parar de confeitar, porque eu descobri que açúcar com gordura é basicamente cocaína”, disse nos Stories do Instagram, ao responder perguntas de seguidores.
“A comida é socialmente aceita, a bebida, o cigarro, as drogas não são aceitas. Outra questão muito difícil é que você precisa se alimentar. Tem que comer duas, três vezes ao dia. Todas as vezes que você vai comer, você está fazendo uma escolha. E fazer essa escolha certa é complicado”, acrescentou.
O que é compulsão alimentar?
Compulsão alimentar é o aumento episódico da ingestão alimentar, sendo frequentemente ligada a um distúrbio de ansiedade e/ou afetivo. O paciente come mesmo sem fome e a causa é multifatorial. Pode envolver fatores genéticos, neuroquímicos, psíquicos e socioculturais.
Trata-se do distúrbio alimentar mais frequente, tendo incidência global populacional de 5%. Costuma ocorrer mais em mulheres (60%) e a faixa etária mais acometida é entre 30 e 50 anos.
“Como o paciente não se utiliza de diuréticos ou laxantes para compensar o episódio de comer compulsivo (quando ele se utiliza caracteriza-se a bulimia nervosa), não apresenta as complicações relacionadas a esses usos. Como consequência, a tradução clínica do distúrbio não existe em 75% dos casos. Os outros 25% têm a obesidade como tradução morfológica. É fundamental a história clínica, principalmente na caracterização do hábito alimentar (inventário alimentar completo). Nos Estados Unidos, pelo menos 50% desses distúrbios não são diagnosticados”, informa o site do Hospital Sírio Libanês.
O tratamento deve ser multidisciplinar, incluindo endocrinologista, psiquiatra, psicólogo e nutricionista. Alguns desses profissionais deram declarações em referência à privação de doce/açúcar mencionada por Dani Noce . “A demonização dos alimentos é prejudicial. Pode agravar o quadro. A solução é o equilíbrio, e não a restrição”, disse a nutricionista Thaiz Brito ao Metrópoles.
A influenciadora havia se posicionado contrária àqueles que dizem que restrição pode gerar ainda mais compulsão alimentar. “Então vou deixar na mesa de um drogado cocaína, é sério isso? Vício é vício, quando a pessoa é alcoólatra, quando a pessoa é drogada, quando tem compulsão alimentar. É um vício que precisa ser tratado e precisa ser restrito. Você não deixa drogas para um drogado, não deixa álcool para um alcoólatra, você não deixa doces para uma pessoa que tem compulsão alimentar!”, falou Dani.