Camila Coelho desabafa sobre epilepsia; entenda a doença
Uma das maiores influencers do mundo publicou um longo desabafo nas redes sociais para falar sobre sua história com a doença, diagnóstico que ela revelou ao público no começo do ano
Camila Coelho, uma das maiores influencers do mundo, publicou um longo desabafo nas redes sociais na última sexta-feira (24) para falar sobre sua história com a epilepsia, diagnóstico que ela revelou ao público no começo do ano em entrevista à revista People. Na postagem, feita em seu Instagram, ela falou sobre como demorou para aceitar sua condição. “Sim, eu tenho, lutei e rejeitei a mim mesma no passado”, disse.
Camila Coelho desabafa sobre epilepsia
“Nunca pensei que seria tão profundamente aberta sobre minha vida pessoal. Se você assiste meus Stories, sabe que compartilho mais a fundo coisas pessoais, e desafios que tenho, incluindo epilepsia.. Mas compartilhar todos os detalhes sobre o que me tornou mais vulnerável ao longo dos anos, em um vídeo, é um pouco assustador. Minha esperança é que compartilhando minha história, minhas lutas e desafios, eu possa ajudar aqueles que estão lutando agora, especialmente com aceitação própria e amando a si mesmos!”, continuou.
“Depois de falar sobre isso, me senti mais forte e confiante. Isso provou que, ao compartilhar nossas fraquezas, podemos salvar outras pessoas. Eu cresci ouvindo que eu não precisaria contar para as pessoas. Você não está sozinho. Especialmente vocês que têm epilepsia, estou com vocês”, ressaltou.
A influencer relembrou que começou a sentir os primeiros sintomas da epilepsia durante uma brincadeira na infância ao lado de uma amiga. “Ela achava que eu estava brincando e a mãe dela viu que algo estava errado. Mas quando ela tentou abrir minhas mãos, eu desmaiei. Foi minha primeira convulsão. Fui para o hospital e fiz todos os exames. Eu tive uma vida normal com meu tipo e nível de epilepsia. Mas na segunda fase, eu comecei a sofrer com essa condição”, revelou.
Epilepsia na adolescência – Camila Coelho
Por causa de sua condição, ela explicou que sofreu rejeição na adolescência. “Eu não podia consumir álcool. Eles me perguntaram por que eu não podia. ‘Você tem problema? Você tem medo?’. Todas essas palavras, quando você é insegura, podem te machucar. O mais engraçado era que eu nem queria beber, mas queria provar para eles que eu era igual a eles”, lembrou.
“Isso me fazia me sentir insegura a ponto de querer parar de tomar meus remédios. Chegou a um ponto que eu me perguntava: ‘Por que eu?’. Foi durante esses anos que eu perdi minha luz”, lamentou. Ela então explicou porque falar com sua família foi importante para entender sua situação. “Eu fiz escolhas erradas. Um dia, eu acordei e parei de tomar meus remédios. Fiquei alguns meses sem. Eu tive uma convulsão na escola, na frente de todos os meus amigos. Lembro de acordar e chorar muito. Eu sabia que tinha feito algo errado. Só queria apagar aquele da minha vida, senti vergonha de voltar para a escola”.
Além disso, Camila contou que depois de muito tempo aceitou sua condição. “Sempre soube que eu era um pouco vulnerável ao falar sobre isso, mas eu parei de reclamar. Eu superei meus medos, eu era eu novamente”, comemorou.
Camila Coelho e planos de ter filhos
Por fim, ela ressaltou que seu maior sonho é o de ser mãe; no entanto, disse a epilepsia tornou essa escolha mais difícil. “Meus médicos sempre me disseram que é possível, mas algo que eu precisaria planejar muito bem. O remédio pode afetar a saúde do bebê. Sem o remédio, eu poderia ter uma convulsão e perder o bebê”, destacou.
O que é epilepsia?
A epilepsia é uma doença neurológica caracterizada por descargas elétricas anormais e excessivas no cérebro que são recorrentes e geram as crises epilépticas. As crises podem se manifestar com alterações da consciência ou eventos motores, sensitivos/sensoriais, autonômicos (por exemplo: suor excessivo, queda de pressão) ou psíquicos involuntários percebidos pelo paciente ou por outra pessoa.
Historicamente, a epilepsia traz uma bagagem de preconceitos e estigmas que envolvem questões sociais e psicológicas que vão além da medicina. Por isso, é preciso desmitificar essa enfermidade que atinge mais de 50 milhões de pessoas no mundo, e cerca de 3 milhões de brasileiros, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).