Melhores pagadoras de dividendos do mercado: o que considerar
Estratégia pode fazer parte de uma carteira de ações, mas deve ser bem analisada.
As empresas que mais costumam pagar dividendos são as mais consolidadas, como bancos e elétricas.
Se você investe em ações, provavelmente também fica de olho nas empresas consideradas melhores pagadoras de dividendos para formar sua carteira, certo? Isso porque o recebimento frequente dessa parte do lucro líquido pode fazer diferença na estratégia de qualquer investidor. É, inclusive, o fator chave do método Buy and hold, que já explicamos aqui.
Primeiramente, vamos retomar brevemente a questão dos dividendos. Lembre que as empresas listadas na Bolsa que tiverem lucro líquido precisam distribuir uma porcentagem deles aos acionistas. A lei 6.404 estabelece que esse percentual seja de pelo menos 25%. Desse modo, a distribuição pode ocorrer de algumas maneiras. Por exemplo, juros sobre capital próprio, dividendo especial extraordinário e bonificação.
Normalmente, as empresas que são melhores pagadoras de dividendos são aquelas mais consolidadas, como bancos e de energia elétrica.
O que considerar na distribuição de dividendos
Um ponto positivo na distribuição de dividendos é que o percentual tem isenção do imposto de renda, diferentemente do que acontece quando se tem lucro com as ações. Outro ponto é que a frequência de pagamento varia de empresa para empresa, podendo ser trimestral em alguns casos, anual em outros, etc.
É preciso entender também que os dividendos saem do preço da ação. Por exemplo, se um papel custa R$ 15 e o dividendo pago é de R$ 1,00 por papel, depois da distribuição este papel valerá R$ 19. Isso porque parte do lucro está sendo distribuído aos acionistas. Ou seja, trata-se de dinheiro saindo do caixa da empresa. A recuperação dos papéis, entretanto, costuma acontecer rapidamente.
O investimento voltado às melhores pagadoras de dividendos também tem suas ressalvas. Para o analista Felipe Silveira, da Capital Research, a primeira delas é que o dividendo não é uma fonte de retorno adicional. “Ele é simplesmente a distribuição dos resultados da companhia que já pertencem aos acionistas. Dessa forma, devem refletir o valor de mercado das empresas. É um dinheiro que já é seu e que você pode acessar vendendo alguns papéis da empresa, por exemplo”.
Para Silveira, o foco do investidor deveria estar no retorno total da carteira e não nos dividendos, como muitas vezes acontece. “O preço das ações de empresas boas pagadoras de dividendos são negociadas a um prêmio em relação àquelas que não pagam. Especialmente em períodos em que a taxa livre de risco está em um patamar muito baixo, como o atual, o que resultaria em um retorno esperado menor e um risco maior”, explica o analista.
As melhores pagadoras de dividendos nos últimos anos
Como dissemos, existe um perfil similar entre as melhores pagadoras de dividendos, mas tudo pode mudar de acordo com o cenário econômico e outros fatores. Nos últimos cinco anos observamos entre os destaques: Comgás (12,2% de Dividend Yield), Enauta (8,8%), e TAESA (24,7%), entre outras.
Neste ano de 2020, a empresa que mais distribuiu dividendos até o mês de setembro foi BB Seguridade. O percentual foi de 4,14%. Depois vieram Telefónica Brasil (2,54%) e Banco Santander (2,54%). Outras empresas pertencentes ao ranking são Vale (2,41%), CPFL Energia (1,80%) e Eletrobras (1,78%).
Se a sua intenção é montar uma carteira que tenha como estratégia a distribuição de dividendos, você pode diversificar escolhendo empresas que costumeiramente costumam estar no ranking das melhores pagadoras de dividendos.
Finalmente, muitos investidores apostam na estratégia para conseguir uma renda mensal fixa ou um complemento de renda. Na maior parte dos casos, porém, é preciso investir um valor considerável para chegar nesse ponto. Desse modo, o importante é dar o primeiro passo e continuar acompanhando o mercado, pois como se trata de renda variável, as oscilações são constantes.