De olho no mercado brasileiro da cannabis medicinal
O mercado medicinal da cannabis no Brasil (estimado em mais de R$ 4,7 bilhões ao ano) está na mira da indústria farmacêutica global.
O mercado medicinal da cannabis no Brasil (estimado em mais de R$ 4,7 bilhões ao ano)está na mira da indústria farmacêutica global. Os dados de um estudo econômico recente sobre a cannabis produzido pela Green Hub em parceria com a New Frontier Data, serão analisados pelo presidente da Knox Medical, Mario Grieco, durante o 39º Congresso Internacional da Propriedade Intelectual da Associação Brasileira da Propriedade Intelectual (ABPI), de 25 a 27 de agosto próximos, no Rio de Janeiro. Segundo ele, há mais seis mil estudos em andamento nos laboratórios, que superam US$ 1 bilhão ao ano, sobre a utilização da cannabis.
Esse cálculo leva em conta o emprego da cannabis no tratamento de doenças como câncer, Parkinson, Alzheimer, transtornos psiquiátricos, doenças autoimunes e dores graves. “A falta de regulamentação e a proibição de cultivo local da cannabis inibem a pesquisa e o desenvolvimento de medicamentos inovadores à base da erva no Brasil”, diz Grieco. Apesar da falta de regulamentação, cerca de quinze mil pessoas no Brasil já utilizam produtos à base de cannabis medicinal. Uma parte dos usuários recorre à importação, permitida desde 2015, e outra , ao auto cultivo.
Proibição inibe pesquisa sobre cannabis
Segundo o presidente da Knox Medical, além dos benefícios econômicos, a produção local poderia fazer com que mais de dois milhões de pacientes pudessem utilizar a erva no tratamento de várias doenças. “Temos um mercado reprimido de potenciais usuários, mas que irá se ampliar à medida que os estudos para novas indicações da cannabis medicinal estiverem concluídos”, analisa. Para o presidente da ABPI, Luiz Edgard Montaury Pimenta, as questões burocráticas no Brasil têm dificultado o ritmo de inovação por empresas no mercado nacional.
Recuperação da economia
“A recuperação da economia do País está fortemente ligada a investimentos em inovação”, diz Pimenta. Sob o tema “A propriedade intelectual no novo contexto geopolítico mundial”, o Congresso, o maior do gênero na América Latina, deverá receber cerca de 1.000 participantes, entre especialistas, magistrados, consultores, advogados, autoridades de governo e dirigentes de entidades internacionais (como a CTA) órgão de proteção da propriedade intelectual da China e a AIPPI (Associação Internacional de Propriedade Intelectual), além de centros privados de pesquisa.
Mulheres na inovação
As mulheres, que hoje representam 49% do número de pesquisadores no Brasil, também ocupam espaço como CEOs em grandes empresas 2013 IBM, Microsoft, SAP e GE. Apesar dos dados positivos, mesmo quando as mulheres têm um melhor nível de acesso à educação, os homens têm índices maiores de empregabilidade e recebem salários mais altos. O assunto será tema de debate no 8º Congresso Brasileiro de Inovação da Indústria, em São Paulo, 10 e 11 deste mês, promovido pela Confederação Nacional da Indústria. Pela primeira vez, o evento terá painel só com mulheres.