Agenda de reformas já inspira cautela
Investidores estrangeiros já veem com cautela a agenda de reformas, segundo economista É preciso que fique clara a estratégia do futuro presidente.
A evolução do relacionamento do governo eleito com o Congresso Nacional dará o tom do humor do mercado daqui para frente. “Os investidores lá fora já veem com cautela a agenda de reformas”, disse ontem o economista-chefe do Itau Unibanco, Mario Mesquita. Segundo ele, é fundamental que nas próximas semanas fique clara a estratégia fiscal do futuro presidente, Jair Bolsonaro (PSL), incluindo a capacidade da nova administração federal interagir com a Câmara dos Deputados e o Senado. “Sem isso, as reformas para o ajuste fiscal não andam”, lembrou o economista do Itau Unibanco em conversa com jornalistas.
Reformas: falta combinar com o Congresso
Além da aprovação, ainda no primeiro semestre de 2019, de uma reforma da Previdência capaz de economizar nas despesas o equivalente a 1% do Produto Interno Bruto (PIB), como prevê a proposta do governo Temer em tramitação no Congresso, o segundo pilar desse conjunto de mudanças que o mercado está de olho é a definição preliminar sobre a regra do reajuste do salário mínimo para 2020. O governo terá de enviar a proposta ao Congresso até 15 de abril, no projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2020.
Fatiar para avançar
O economista-chefe do Itau não vê problema no fatiamento da reforma da Previdência, como anunciou o presidente eleito, indicando que, ao contrário do prometido em campanha, prefere mudar gradualmente as regras atuais de aposentadorias e pensões dos trabalhadores dos setores privado e público. O que estabiliza o rombo da Previdência é o estabelecimento de uma idade mínima para homens e mulheres e uma regra de transição para os contribuintes das empresas privadas. Alterações na previdência dos servidores públicos podem ficar para uma segunda etapa. Ainda conforme projeções do Itau Unibanco, o crescimento da economia em 2019 pode ser de 2% se parte da reforma da Previdência for encaminhada, com outras medidas de ajuste das contas públicas. “A dívida pública está em trajetória explosiva. É melhor um ajuste fiscal ordenado do que desordenado 2013 com inflação e estados atrasando o pagamento de aposentadorias e salários”, disse Mesquita.
Sem reformas, uma CPMF por mandato
O Macroeconomia em Pauta afirma que sem reformas, será necessária uma CPMF por mandato presidencial só para estabilizar o déficit primário . Em frangalhos Com a estrutura produtiva aos frangalhos, a indústria brasileira em queda, parece-nos evidente que a pancada será bem na boca do estômago. A recuperação do setor, assim como a do restante da economia brasileira, segue seu ritmo lento. “Estimamos um crescimento em torno de 2% para a indústria em 2018”. A afirmação é do economista-chefe da Análise Econômica, André Galhardo. Embora a produção industrial tenha interrompido uma sequência de três quedas e registrou estabilidade em outubro, o setor perdeu ritmo em comparação aos meses anteriores. PLANO DE VOO